Inicio este texto confidenciando que este formato de equipamento nunca me convenceu em pleno. Reconheço a sua utilidade em certas circunstâncias, mas acho-o algo limitado: Não é tão pratico quanto um smartphone, e não é tão completo quanto um notebook.

Porém, sei identificar e reconhecer quanto os equipamentos são bons, e este Huawei MatePad Pro 12.2 PaperMatte é um claro exemplo disso. Vamos agora dividir a experiência que foi utilizar durante uns tempos este dispositivo.

Design diferenciador

Retirando este MatePad Pro da caixa, deparei-me com um equipamento que prima pela elevadíssima qualidade de construção. Os materiais utilizados, os acabamentos, o facto de ser robusto sem ser pesado (apenas 508g), tudo neste dispositivo da Huawei demonstra ser de elevada qualidade.  

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Ainda sem o ligar, destaco o acabamento do padrão do painel traseiro, que recria na perfeição as pinturas de seda tradicionais. É realmente lindíssimo. À frente encontra-se um ecrã de 12.2 polegadas que aparenta ter um acabamento mate.

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Segundo a Huawei, este Tandem OLED PaperMatte destaca-se pelo acabamento que elimina quase na perfeição todos os reflexos de luz, dando ao mesmo tempo um toque que se assemelha ao de um papel, daí o nome PaperMatte.

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A razão para esta opção prende-se com o público-alvo deste tablet, o de artistas digitais e designers gráficos que gostam de usar uma caneta digital (como a M-Pencil aqui disponibilizada), simulando desta forma a experiência de desenhar e escrever no papel.

Ligando o dispositivo

Ligando este dispositivo, encontramos imediatamente a presença do HarmonyOS, um sistema operativo proprietário da Huawei que é, na realidade, um clone perfeito do Android da Google.

O funcionamento é idêntico entre ambos, o que permitirá que, quem esteja habituado a lidar com um tablet Android, se sentirá em casa ao utilizar este MatePad Pro.

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Existem, naturalmente, algumas diferenças, como a inexistência da “todo-poderosa” loja Google Play, mas já é possível encontrar na AppGallery praticamente todas as aplicações que necessita para o dia-a-dia.

Caso contrário, é dar uso às lojas alternativas que facilmente encontrará as Apps que necessita, como foi o meu caso para encontrar o software necessário para correr todos os benchmarks neste dispositivo.

Boa experiência

Com tudo ligado, e já com a configuração finalizada, e corridas todas as actualizações (de sistema e de apps), está na altura de ver como se comporta este MatePad Pro.

A primeira coisa que salta à vista é a excepcional qualidade do ecrã, pois além do acabamento (que eu adoro), destaca-se a elevada resolução (2.8K), alta taxa de actualização (144 Hz) e o elevadíssimo brilho, que pode chegar aos 2000 nit.

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Também o sistema de som está em grande destaque neste tablet, com a integração de quatro altifalantes com oito drivers, para uma reprodução de frequências graves e agudas distintas, para uma experiência mais fidedigna.

A colocação dos mesmos permite igualmente uma experiência sonora mais envolvente, o que não é assim tão frequente num dispositivo destas dimensões e, curiosamente, sem precisarem de recorrer a marcas especializadas na área. Bom trabalho, Huawei.

Full Power?!

Quanto ao desempenho puro e duro, o HarmonyOS revelou ser perfeito para lidar com o SoC (System-on-Chip) utilizado neste dispositivo, o Kirin 9000S, composto por um processador de oito núcleos fabricado a 7 nm capaz de trabalhar até 2.62 GHz.

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GeekBench 6

Embora, em termos de números, este pareça ser menos apelativo que as soluções disponibilizadas pelas rivais Qualcomm e MediaTek, convém recordar que este Kirin 9000S foi desenvolvido com imensas limitações impostas pelo embargo, ainda em vigor, pelas autoridades norte-americanas.

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Antutu V10

Mas, pelo que pudemos observar, não existem grandes limitações, tendo este Kirin comportado de forma exemplar, e sem nunca demonstrar qualquer tipo de hesitação em termos de fluidez de funcionamento, algo que, infelizmente, já encontrei demasiadas vezes em tablets Android “sem limitações” tecnológicas…

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3D Mark Wild Life

No campo da controladora gráfica, este Kirin 9000S vem equipado com uma GPU Maleoon 910 MP4, e esta sim, infelizmente, já demonstra algumas limitações para quem queira usar este tablet como uma consola de jogos portátil.

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PCMark Work 3.0

Falta referir que a presença de uma enorme bateria de 10100 mAh garantiram uma autonomia bastante longa para este MatePad Pro, tendo o teste de bateria do PCMark revelado uma autonomia de quase 12 horas, o que é um excelente resultado.

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PCMark Work 3.0 Battery

E, quando esta está prestes a esgotar-se, nada melhor que tirar partido do carregamento ultra-rápido de 100W, utilizando o carregador fornecido (sem precisar de comprar à parte) para, em menos de uma hora, carregar “dos 0 aos 100” (%).

Acessórios

Embora a já referida caneta digital M-Pencil tenha revelado uma experiência bastante agradável, com um resultado muito preciso a escrever e desenhar no ecrã, não consigo dizer o mesmo do teclado Huawei Glide.

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No fundo, o teclado tem um toque agradável, um touchpad preciso, e permite colocar o ecrã do tablet numa posição mais prática, mas revelou ser algo difícil de manusear para o colocar na posição que pretendemos.

É certo que um teclado tão leve e fino necessita de um mecanismo de dobradiça robusto para ligar com o equilíbrio do conjunto, mas a sua utilização foi mais esforçada do que gostaria.

Conclusão

Chegando à parte final do texto desta análise, vem a parte chata… a conclusão. Como se comportou este Huawei MatePad Pro? Muito bem. Gostei de o utilizar? Muito. Seria capaz de o utilizar no dia-a-dia? Sem hesitação. Recomendo-o? Pois… acho que temos de falar.

Enquanto equipamento, este MatePad Pro é divinal. Tem uma construção excepcional, um óptimo desempenho, uma excelente autonomia, e adoro o design, bem como o toque e precisão do ecrã.

MatePad Pro

Então qual o problema? O mesmo de sempre, o software. Embora este já não seja um tema para mim, ainda existem algumas limitações para quem esteja habituado a não ter limitações, seja no mundo Apple (iOS), seja no mundo Android.

Ter que andar a pesquisar lojas de Apps e repositórios de APK em busca de uma aplicação específica não é nenhum problema para mim, mas para um utilizador menos “in” na tecnologia, essa tarefa será claramente mais complicada. A minha mãe, por exemplo, iria-se resignar aos conteúdos existentes na AppGallery.

Se isto para si não é problema, então este tablet, especialmente com todas as ofertas actualmente em vigor (teclado Huawei Glide + Caneta digital Huawei M-Pencil + Smartwatch Huawei Watch Fit 2 Active Edition Preto), acaba por ser uma oferta muito apelativa para esta época natalícia.

Preço

999€ (IVA incluído)

OBS: Este Huawei MatePad Pro 12.2 PaperMatte foi gentilmente cedido pela Huawei Portugal

selo Xá das 5

Gustavo Dias

Para quem, aos 10 anos já dava assistência aos computadores da escola que frequentava, não é difícil perceber que as tecnologias são uma das suas grandes paixões. Os mais de 22 anos de experiência no mercado de publicações tecnológicas permitiram assistir a uma evolução extraordinária, que não se vai ficar por aqui.

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