
O GPMI assume-se como o novo cabo “tudo-em-um” para vídeo, dados e energia. E é made in China.
O cabo GPMI (General Purpose Media Interface) é a mais recente aposta de uma aliança chinesa para unificar, num único fio, vídeo 8K e além, áudio, dados, controlo e alimentação eléctrica até 480 W. Foi apresentado em Abril de 2025 e é promovido pela Shenzhen 8K UHD Video Industry Cooperation Alliance (SUCA), um consórcio com mais de 50 empresas como Hisense, TCL ou Skyworth. A ambição é clara: reduzir a confusão de cabos e bater os padrões actuais em largura de banda e potência.
GPMI: especificações e versões
O GPMI nasce em duas variantes:
- GPMI Tipo-C: usa conector USB-C, atinge 96 Gbps de largura de banda e 240 W de potência (alinhado com o patamar EPR do USB Power Delivery). É o caminho óbvio para portáteis e monitores finos.
- GPMI Tipo-B: conector próprio, duplica a largura de banda para 192 Gbps e suporta 480 W de alimentação. É perfeito para setups exigentes, painéis 8K/16K a altas taxas e cenários profissionais.
Em termos práticos, falamos de 8K a 120 Hz com folga e espaço para conteúdo superior, juntando energia suficiente para alimentar ecrãs grandes ou all-in-ones sem carregadores extra.
Segurança e controlo de conteúdos
A aliança aponta para um esquema de protecção próprio, ADCP, com encriptação ao nível do fotograma e autenticação mais rápida que o HDCP, baseado nos algoritmos SM3/SM4. Bom para streaming premium e cenários profissionais, mas ainda a carecer de verificação ampla fora da China.
Onde é que o GPMI ganha… e onde ainda fica curto
Ganhos claros
- Cabo único para tudo: sinal de vídeo/dados, controlo e energia. Menos transformadores, menos confusão por trás da secretária.
- Largura de banda: 96 a 192 Gbps supera HDMI 2.1 (48 Gbps) e Thunderbolt 4/USB4 (40 Gbps) com larga margem.
- Potência: até 240 W no Tipo-C e 480 W no Tipo-B abre portas a monitores e docks sem fonte externa.
Interrogações reais
- Adopção global: fora da China, gigantes como LG, Samsung ou Sony ainda não se comprometeram. Sem ecossistema, um padrão morre na praia.
- Licenciamento: há quem diga que poderá dispensar taxas, mas a verdade é que a clareza legal ainda é limitada. Convém esperar por documentação final.
- Compatibilidade: o Tipo-C encaixa no mundo USB-C, mas o Tipo-B é proprietário. A transição dependerá de hubs e monitores híbridos.
GPMI na vida real: para quem faz sentido primeiro
- Criadores de conteúdo e pós-produção: estúdios que hoje somam DisplayPort + USB + energia podem ganhar simplicidade com um único cabo de alta margem.
- Setup de secretária limpo em portáteis de 14-16″: um GPMI Tipo-C para ecrã 4K/6K, rede e dock com carregamento pleno.
- Salas de reunião/AV: menor fricção nas ligações e wake-up mais rápido prometido pela aliança. Avixa Portal
Se só vês filmes e jogas numa TV 4K, o HDMI 2.1 continua suficiente. O GPMI brilha quando precisas de largura de banda e energia combinadas sem cabos pendurados.
Comparação rápida
- HDMI 2.1: 48 Gbps, sem energia. Estável, omnipresente em TVs.
- Thunderbolt 4/USB4: 40 Gbps e 100 W. Versátil para dados, menos folga para vídeo extremo.
- GPMI: 96/192 Gbps e 240/480 W, bidireccional, pensado de raiz para um-cabo-para-tudo.
Resumindo
O cabo GPMI é a proposta mais ambiciosa que vimos desde o boom do USB-C: espaço de manobra brutal em largura de banda, muita potência e a promessa sensata de menos cabos. Para o utilizador europeu, a chave será hardware disponível cá e clareza de licenças.
Se em 2026 começarmos a ver monitores, docks e placas gráficas com GPMI fora da China, o jogo muda.
Essa tradução foi feita pelo Xato GTurbo Diesel?
🙂
Mais um 12 cilindros a queimar gasolina!