A convite da Huawei, estive alguns dias em Berlim para a apresentação oficial das duas novidades do gigante chinês, para além de uma visita ao stand da marca nas instalações da IFA e mais umas quantas horas para correr de um lado para o outro com o objectivo de conseguir ver, com os companheiros de viagem, o maior número de novidades presentes nesta que é uma das maiores feiras mundiais de tecnologia de consumo.
A apresentação da Huawei contou com a presença de 580 jornalistas e bloguers de todo o mundo, o que levou a marca a optar pela produção do evento fora das instalações da grande feira, onde um enorme palco e consequente plateia serviram como pano de fundo para a descoberta do que muitos tentavam adivinhar (e o Xá das 5 conseguiu, uns dias antes, antever com uma foto quase “oficial”): o novo topo de gama da marca que nos trouxe, poucos meses atrás, o fantástico (e galardoado pela EISA) smartphone P7, é o agora muito desejável phablet Huawei Ascend Mate 7.
Se seguiram a reportagem em directo no facebook do Xá das 5, sabem que o novo Mate 7 apresenta-se com um super ecrã de 6″ Full HD num design muito apurado cujo corpo tem, na sua parte mais alta, 7,9mm de espessura. Mas existem outros diferenciais: um sensor de impressão digital para desbloquear (entre outras funções) o arranque, o sensor NFC feito em metal e muito bem incorporado na objectiva fotográfica e uma sensacional bateria com 4100 mAh.
A Huawei sabe o que fez e está consciente que, depois de vários segmentos de mercado onde tem uma imensa fatia na produção e inovação, está na hora de “atacar” o mercado dos smartphones. E se os P6 e P7 a conseguiram colocar nas bocas do mundo, o novo Mate 7 e a surpresa Huawei Ascend G7 (escreverei sobre este num outro post) decerto a farão crescer num mercado cada vez mais exigente.
“Este foi o dia da chegada do nosso mais completo e rápido phablet que garante uma fantástica experiência para os consumidores”, afirmou Richard Yu, CEO da Huawei Consumer Business Group, “É um símbolo do nosso desígnio Make it Possible para todos quantos desejam ter um produto premium. O Ascend Mate 7 é o novo phablet a bater, um pack de extraordinária performance, eficiência e tecnologicamente muito avançado”.
O Huawei Ascend Mate 7 é um grande phablet mas, convenientemente, tem corpo em metal e um interior em alumínio, o que garante apenas 185 g que não pesam na utilização ou no bolso (tem de ser um grabnde bolso) e, para contornar o tamanho e a utilização por mãos mais pequenas, tem alguns truques para poder ser utilizado apenas com uma. O processador é “da casa”, um Octacore Kirin 925 (dividido em quatro A15 a 1,8Ghz e quatro A7 1,3Ghz) que assumem diferentes configurações dependendo das funções que escolhemos no momento. Desta forma, há uma maior eficiência com um menor gasto energético, o que se traduz numa vida mais longa da já “enorme” bateria. Existe ainda um processo para a conseguir poupar ao extremo e com isso garantir aquela pequena barra para uma chamada de urgência.
Dedo mágico
Colocada ao centro da tampa traseira, logo por baixo do NFC/Câmara, o sensor de impressão digital promete maior rapidez para desbloquear as funções e, realmente, após vários dias de utilização, habituei-me tão depressa a este esquema que nunca mais optei pela solução normal de destravamento, ou seja, passar com o dedo pela diagonal do ecrã (logicamente que continua a ser necessário dedilhar o código SIM). Este sensor é eficaz e exige-nos um posicionamento certeiro para aceitar a nossa própria impressão. Torna também possível a gravação de cinco impressões digitais que memorizam o imediato bloqueio de algumas funções ou pastas em modo “convidado” ou, mais usual, em modo “filho que gosta de comprar jogos”. Todo este esquema de segurança adicional será também precioso aquando os pagamentos por NFC (aproximação ou toque). E não é por acaso que esse sensor está também mais avançado. A segurança é ainda complementada pelo ARM TrustZone (encriptação de dados) e pela utilização do SecureOS.
Velocidade
A Huawei tem estado presente na nossa vida ao longo dos anos, mesmo que muitos de nós o não saibamos. Basta pensar em antenas, modems, routers e toda essa panóplia de equipamentos que nos ligam ao mundo, para quase todos eles serem um sinónimo da marca. Portanto, não é uma surpresa saber que o Mate 7 está equipado com uma conexão LTE Cat6 que chega aos 300 Mbps de velocidade na transferência de dados, perfeito para uma vida em streaming.
Imagem e UI
A objectiva é Sony, logo, uma mais valia. Com 13 MP, sensor BSI e uma abertura f/2.0, é garante qualitativo, mas é a câmara frontal com 5 MP que vai permitir melhores #selfies e #groufies, a fórmula de selfie em grupo com nome patenteado e apresentado no P7. E, garanto-vos, vai ser excepcional para quem é tremendamente social.
Mas é o novo interface visal que apela aos sentidos práticos de utilização. Redesenhado e agora designado por EMUI (Emotion UI), apresenta-se na geração 3.0. Está visualmente mais conseguido e atractivo, não tão “appleiano” quanto o P7, e continua a oferecer a originalidade de podermos optar por um de centenas de temas que mudam (bastante) o ambiente de trabalho (imagens dos folders, apps, fundos, etc). Se não tinha ficado fã no P7, porque o achei demasiado juvenil ou “cupertinesco”, vejo agora uma clara aposta em ambientes mais consentâenos com o target específico deste novo terminal. E é uma mais valia para este Mate 7, pois quem não gosta de mudar de telefone de vez em quando? Agora pode fazê-lo mudando apenas o ambiente.
A bateria é assim tão boa?
Estou a usá-lo desde que cheguei e começo a perceber-lhe as “manias”. Depois de moldá-lo à minha “imagem”, percebo ainda que necessita de alguns toques aqui e ali, pequenas coisas, nada de dramático. Mas é para isso que estas versões beta servem, exactamente para captarem os apontamentos dos primeiros utilizadores.
Gosto do conceito, da solução da impressão digital, do EMUI, da rapidez de processos, mas o que me está a fascinar é a vida útil. Quando a Huawei disse que o Mate 7 aguentaria dois dias de trabalho, torci o lábio. Mas aguenta até mais e com utilização complexa, desde jogos, música, bluetooth, dados e wireless sempre ligados, GPS e muitas chamadas. Estes 4100 mAh são extraordinários, principalmente se tivermos em conta que alimentam um belo ecrã de 6″. E podemos ainda forçar a duração, com os modos normal, smart e ultra power saving.
Versões, preços e acessórios
O Huawei Ascend Mate 7 vem em três acabamentos: preto, prata com frente branca e em champanhe dourado, ou seja, obsidian black, moonlight silver e amber gold.
A versão base com 2GB RAM e 16GB ROM ronda os 499 euros, menos 100 que a versão topo de gama com 3GB RAM e 32GB ROM. Portugal é um dos primeiros países a recebê-lo!
Um dos acessórios que também pude experimentar são os muito interessantes auscultadores com cancelamento de ruído UltimoPower Active Noise Cancelling Earphones que reduzem o ruído externo em 15-30db e, pela primeira vez, têm uma bateria INTERNA que é carregada pelo próprio smartphone. Se for utilizado em qualquer outro equipamento, podemos contar com duas horas de puro som e envolvência.
Existe, como não poderia deixar de ser, uma colecção de capas e outros acessórios específicos. A Huawei sabe bem que não basta ter um bom phablet, também tem de saber vendê-lo. E, na minha opinião, está no caminho certo.
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