O Nokia 3 é o base de gama da “nova” Nokia, à excepção da aventura 3310 que serve mais para efeitos de marketing. Será que o seu baixo preço compensa a performance menos boa?
Confesso que senti um pequeno arrepio quando o Nokia 3 chegou para análise. Com uma caixa de cartão em tudo idêntica à dos malogrados e, confesso, saudosos Nokia/Microsoft Lumia, parece que andei anos para trás quando o mundo parecia bonito e ainda havia a possibilidade de existir um terceiro ambiente operativo (e, quanto a mim, com potencialidades para varrer do mapa os outros dois).
Infelizmente alguém fez mal as contas e também contratou engenheiros que falharam em alguns campos, principalmente os timings, e a aventura Windows Phone lá se finou.
Os direitos da marca Nokia foram, entretanto, adquiridos pela HMD Global que tem feito um extraordinário trabalho no campo do marketing. Na feira Mobile World Congress de Barcelona roubou o protagonismo ao expor alguns dos futuros Nokia e a adorada reinterpretação do 3310, e estes frutos têm continuado a dar resultado com as aparições de novos modelos um pouco por tudo o que é blog de tecnologia.

Ao tirar o Nokia 3 dessa tal caixa não consegui evitar um imenso sorriso. O modelo é lindo de morrer na sua simplicidade, mas também na tremenda colagem aos modelos Lumia.
O design é muito elegante, o corpo é muito clean e leve (tem apenas 7.5mm de espessura e pesa 140g), o toque é bastante agradável sugerindo qualidade de construção e o ecrã tem o formato adequado para compor o ramalhete.
É ainda estranho ver o logotipo Android (Nougat 7.0) a iniciar um, para todos os efeitos, Nokia, mas isso vem responder aos desejos de um mercado global bipartido.
O Nokia 3 coloca-se numa frente de batalha tremendamente difícil mas o trunfo do logotipo, se conseguir responder ao que se espera dele, é de uma mais valia considerável.
Como máquina não deslumbra. Sim, estamos a falar de um base de gama barato, mas a concorrência (vinda da china online ou mesmo através de ofertas de marcas menos conceituadas) é muito forte na mesma gama de preço. O ecrã é de 5” com qualidade HD IPS (1280 x 720p) e felizmente temos 2GB de RAM com 16GB de capacidade de memória interna que podem e devem ser ampliados até 128GB mediante cartão. O processador de quatro núcleos 1.4GHz MediaTek MT6737 não faz milagres e é algo lento de processos.
O peso pode ser pluma, mas convém andar sempre acompanhado por um powerbank, pois a bateria de 2630 mAh esvai-se muito rapidamente, o que obriga a uma utilização cuidada para chegar ao fim do dia.
As câmaras têm, tanto frontal como principal, 8MP (f/2) mas estão lá apenas para fazer o jeito de registar alguns bonecos e nunca fotografias. Sim, até o vídeo tem qualidade máxima de 720p o que, nos dias de hoje, é curto. Este é um dos campos em que os Lumia deram cartas com lentes Zeiss e tecnologias de referência (a extraordinária PureView) e seria importante para a HMD não facilitar para evitar duras críticas. Sim, mesmo num base de gama mais ou menos em conta, o logotipo tem importância ao criar expectativas.
Há, contudo, coisas boas: o ecrã lê-se em dias claros e, se tivermos paciência, os processos acabam sempre por acontecer, mais segundo menos segundo. Não é um telefone imaculado mas pode ser muito bem o elemento perfeito para o júnior lá de casa que já grita pela sua independência digital.

A escolha de uma tampa de policarbonato em tom mate com rebordos metálicos e corpo em alumínio que confere um look muito premium para um telefone que tem no factor preço um dos principais “claims”. E este acaba por ser o melhor parâmetro de avaliação o que, numa sociedade ávida a mostrar logotipos, tem muita importância.
PVP: 169,99€
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