Falar de sexo no Séc XXI pode ser matreiro, mas se o Xá das 5 fosse um blogue em idioma britânico, teria um título fabuloso para o post: “SexXI”. Mas tenho de me deixar destas invenções ou brincadeiras, pois há quem ainda pense que Xá das 5 tem a ver com chá.
Voltando ao tema, é mais que notório e sabido que toda a relação que os humanos têm com o próprio sexo conheceu uma mudança muito grande durante a última metade do século passado e ainda mais drástica ao longo destes anos mais recentes.
Os tabus caem, as experiências começam mais cedo e as derivações também.
A questão do futuro muito próximo poderá ser a escolha entre fazer sexo com um robot, utilizar um aparelho muito mais dinâmico, íntimo e wearable, como passar por fazer um scanner tridimensional às nossas partes mais queridas para replicar, transformar, modificar o que achamos que pode ser, enfim, melhorado.
É bem verdade, os denominados “brinquedos” sexuais têm um futuro cada vez mais sério e relevante. E mais tarde ou mais cedo, teremos de dividir o bluetooth ou NFC da nossa casa (ou outro local qualquer) com os novos zingarelhos.
Suki Dunham, a criadora de um novo dildo com controlo remoto, que permite a quem o use ser estimulado à distância, afirma que “faço uso da tecnologia para tornar a relação íntima mais forte”. Só não diz com quem. Este dildo OhMiBod blueMotion, pelo menos, mata saudades, pois o homem pode enviar uma “massagem” à sua mulher que pode estar em qualquer parte o mundo. Se pensarmos bem, é até uma poderosa ferramenta de controle… e não por ser remoto.
Suki é uma das criativas que engrossa (!) a fileira de novos produtos, ideias e fórmulas. Trabalhou para a Apple durante nove anos e era raro ter tempo para ver e estar com o marido. Assim, decidiu despedir-se e “montar” uma empresa com o dito, para conseguir uma maior proximidade.
Este tipo de produto, que já tem a designação “teledildonics”, conhece novidades a um rimo espantoso e a corrida para um lugar ao sol é grande.
A Kiiroo oferece soluções para os ambos os sexos e uma plataforma social para os… membros (desculpem, sei que é fácil e evitável, mas é mais forte que eu) se conectarem.
Já a Mojowijo usa um comando da Nintendo Wii para transmitir vibrações para outro comando Wii.
A Glance decidiu-se por uma App para os óculos Google Glass que permite que cada membro do casal veja, em tempo real e com o próprio ponto de vista, tudo o que o parceiro está a ver (ou a experienciar) naquele preciso momento.
A FriXion (sim, com o X em capitular) consegue o impensável: através de um braço robotizado com o formato masculino e com outro braço robotizado com o formato feminino, consegue uma perfeita sincronia devido ao estímulo proporcionado pelos próprios utilizadores.
Para os solitários, que tal este complexo Autoblow 2, que como a designação explica, é um brinquedo que permite uma sensação similar à obtida com sexo oral? Está só pensado para homens e vendeu para cima (!) de 1 milhão de unidades.
E agora?
Tenho estado a pensar… e que tal juntar a Internet das Coisas às maravilhas da impressão 3D? Imaginemos, por um momento, todo o mundo de hipóteses que podem ser transportadas da nossa mente mais ou menos marota, desejos mais ou menos kinky, opções mais ou menos comuns para uma, quase a ser, comum impressora doméstica?
O site MakerLove já vende uma quantidade enorme de desenhos em CAD para “produzirmos” o nosso novo equipamento.
A The New York Toy Collective vai mais à frente com uma colecção de dildos que designa por “Pack and Play“. O Shilo é o modelo mais popular e foi pensado para ser transportado por baixo da roupa e estar… à mão sempre que necessário.
Como tudo na vida, há detractores e defensores deste tipo de produtos. Uns apontam a estravagância, os perigos e a adicção, outros a independência, a liberdade de escolha e a própria natureza humana.
Existem apps para os óculos Rift (que nos transportam para uma realidade artificial) como apps que nos levam à descoberta do nosso corpo de uma forma mais descontraída e divertida, como a SexPositive, desenvolvida pela Universidade de Oregon.
E um dos últimos grandes tabus, a masturbação feminina, cai redondo com esta app de nome bem apelativo: HappyPlayTime .
E, finalmente, os wearables
Reparem: que tal o kGoal para ajudar as senhoras a treinar a sua região pélvica? E os homens não terão de esperar muito tempo pelo SexFit, uma espécie de pedómetro em forma de anel (smart-ring) que até conta as calorias gastas no acto? Ah, e para ser mesmo kitch, tem leds bem coloridos e vibrantes.
Todo um mundo, todo um mundo…