O novo Brutalist Speaker da marca sueca Transparent não é apenas mais um alto-falante: é um monólito sonoro que funde arquitectura, sustentabilidade e tecnologia num objecto audível e visual. É pesado (cerca de 12 kg, ou 26,5 libras) e imponente (cerca de 59 cm de altura / 23,2”), mas cada grama deste peso conta uma história.
Construído com 70 % de alumínio reciclado pós-consumo, ele abre mão da transparência cristalina que muitas vezes marcou a marca e abraça um estilo mais bruto e sólido, uma homenagem directa à arquitectura brutalista das décadas de 1950 e 1960.
Design que dita acústica

O design não é mero adorno; é funcional. Os duas tweeters de 3 polegadas, montados com ângulo de 90° uma da outra, foram pensados para distribuir as altas frequências de modo amplo e em vários eixos. O woofer é montado lateralmente, e o gabinete segue esquema ported (bass reflex), visando graves mais profundos e menos distorção.
Para tirar proveito completo da acústica, a marca recomenda posicionar o monitor em cantos de divisões — assim, o som pode “bater” nas paredes e ganhar reforço natural.
Tecnologia e conectividade moderna
Apesar da estética “brutal”, o alto-falante não está atrás em conectividade: oferece Bluetooth 5.2, suporte Wi-Fi dual-band, e compatibilidade com AirPlay 2, Spotify Connect e Tidal Connect. Pode reproduzir áudio hi-res até 24-bit / 192 kHz.
Na parte frontal, três mostradores permitem ajustar volume, graves e agudos de forma manual, sem navegar em menus complicados.
Ele não tem bateria interna: necessita de alimentação eléctrica constante, o que elimina compromissos de autonomia em favor de desempenho constante.
Sustentabilidade com propósito

O uso intensivo de alumínio reciclado não foi uma decisão estética apenas, mas uma aposta consciente na economia circular. A Transparent admite que levaram cerca de três anos a desenvolver a produção e garantir que os materiais reciclados cumprissem os requisitos estruturais e acústicos necessários. Para eles, cada novo dispositivo deve ser pensado para durar, e este alto-falante carrega essa ambição.
Desempenho à altura do aspeto

A faixa de frequência declarada é de 32 Hz a 20 kHz, o que indica que o dispositivo é capaz de ir bastante fundo nos graves sem perder os agudos. E para alimentar tudo isso num gabinete grande, o volume acústico interno foi bem trabalhado para proporcionar amplitude sonora e pressão sem ruído extra.
O preço no lançamento é de US$ 4.000 (ou cerca de €3.800 / £3.200, conforme rumores e conversões), mais do que um gadget de consumo, é um objecto de nicho para audiófilos e entusiastas de design.
Resumindo o Brutalist Speaker

O Brutalist Speaker é um exemplo potente de como o mundo do áudio está cada vez mais próximo do mundo do design arquitectónico. Ele levanta perguntas interessantes: até que ponto queremos que a tecnologia seja discreta (ou transparente)? E quando é que um dispositivo passa a ser mais “objecto de arte” do que instrumento funcional?
Este alto-falante mostra que ainda há espaço para inovação quando se consegue conjugar estética audaz, tecnologia moderna e consciência ambiental. Às vezes, a verdadeira elegância sonora não está em ser invisível e está em tornar visível o inesperado.