E, num repente, os Bose Earbuds Ultra Open mudaram a forma como ouço o mundo! Passo a explicar: os meus ouvidos, com muitos anos dedicados à produção musical, conheceram dezenas de auscultadores e auriculares, com e sem fio (ou cabo, mais precisamente) e dotados de mais ou menos tecnologia. Mas nunca tinha experimentado nada parecido com estes Bose Earbuds Ultra Open que me convidam a ouvir o mundo sob outro prisma. São tão diferentes que nem vou tentar compará-los aos demais modelos que, felizmente, tenho possibilidade de usar no meu dia a dia.
Confesso, aqui que ninguém nos ouve, que utilizo mais do que um par de auriculares e auscultadores em casa e fora dela. Ouvir música com muita qualidade, através de ficheiros FLAC não é o mesmo que ouvir podcasts nos tempos livres, como produzir um vídeo ou uma música não é o mesmo que passear na rua ou viajar em transportes públicos.
Cada modelo é específico para a um tipo de utilização, pelo menos aquela que assim defini, e tenho-me dado bem com esta simbiose acústica.
Mas a Bose trocou-me as voltas com os novos Earbuds Ultra Open. É que, à primeira vista, e mesmo que sejam visualmente estranhos ao sugerir uma utilização mista, dei por mim a usá-los mais vezes do que pensava à priori. Reforço: muito mais vezes e, atenção, tanto dentro como fora de casa. E, caros Xázados, confesso não estava à espera disto.
Bose Earbuds Ultra Open: primeiro olha-se, depois usa-se
Com um design exclusivo e distinto, que quase se assemelha a um acessório de moda ou afirmação pessoal, somos apresentados aos tais “auscultadores intra-auriculares”. Este sistema físico, diferente da norma, permite que os auscultadores se adaptem à parede interna da orelha, onde são colocados, enquanto uma aba de borracha os segura até ao outro extremo onde encontramos a bateria, a conexão e o controlo táctil. Podemos acertar o ângulo para um posicionamento perfeito, o que ajuda e muito à qualidade sonora.
Este sistema dos Bose Earbuds Ultra Open não é intrusivo, como a norma vigente nos auriculares, e como tal, não entra pelo canal auditivo o que, para muitos utilizadores, é algo por vezes doloroso.
Ao não serem colocados dentro do canal mas fora dele, o conforto de utilização é imediatamente evidente. Chega a ser extraordinário, posso afirmar, ao ponto de nem perceber que estou com eles “montados” quando a música ou o podcast terminam. A grande vantagem imediata é o “não aquecimento” do ouvido interno para além de não massacrar o canal com um som demasiado alto. É um win-win? Mais ou menos, pois nem tudo é vantajoso.
Para o conforto de utilização também contribuem a extraordinária leveza do conjunto assim como o design que possibilita arrumá-los em qualquer tamanho e tipo de orelha. E, como sou orelhudo (em tamanho, não em quadralhice, vamos lá pôr os pontos nos is), encontrar um auscultador com conchas que se me adaptem, não é fácil. E em relação aos auriculares, há muito que percebi que um ouvido adapta-se à esponja S e o outro à M. Não somos todos iguais e ainda bem.
Finalmente, ao não taparem o canal auditivo, é possível estar sempre conectado ao ambiente que nos rodeia enquanto desfrutamos de um som que é qualitativo e que só o utilizador o consegue ouvir até o colocarmos no máximo do nível permitido. E mesmo assim, o bleed é quase imperceptível.
A marca afirma que os Bose Earbuds Ultra Open foram desenhados para se adaptar confortavelmente à orelha nas mais variadas actividades diárias, desde ir às compras até praticar desporto, e por todos os vídeos que vi durante a apresentação online, como após recebê-los para análise, esta é a mais pura das verdades. Desculpem o meu entusiasmo mas, se existe algum diferencial para toda a oferta disponível no mercado, é pura e simplesmente esta.
Como têm certificação IPX4, resistem a salpicos de água e suor. Estão também equipados com uma malha acústica que os protege da humidade e da sujidade, o que é perfeito para quem bomba no ginásio.
Características
A2DP Bluetooth Audio Streaming, Bluetooth, Bluetooth Low Energy, HFP Bluetooth, Wireless Connectivity, AAC Bluetooth, SBC Bluetooth, Bluetooth 5.3.
Ouvir música em “modo aberto” e imersivo
Para que esta nova realidade auditiva funcione na perfeição, a empresa desenvolveu a tecnologia OpenAudio. Com ela, conseguiu-se combinar a ligação com o ambiente e, ao mesmo tempo, proporcionar um som intenso e privado.
Mas há mais. Estes auriculares incluem também uma das mais recentes tecnologias da marca: o áudio imersivo, que lhes permite criar um campo sonoro realista, ou seja, o que ouvimos é colocado mesmo à nossa frente, pelo que cria a percepção de que não o estamos a ouvir através do equipamento. Podemos encontrar esta solução nos irmãos dois Ultra que têm originado muitas reacções.
Caminhar na rua com os Bose Earbuds Ultra Open nos ouvidos é francamente um prazer. São também muito bons no que respeita a manterem-se no lugar. Pulei, saltei, e eles nunca saíram das orelhas, mas há que ajustá-los para cima e baixo o que é fácil e posiciona-os de modo perfeito.
Controlo através de botões físicos
Os botões de controlo são simples e fáceis de utilizar e permitem alternar entre os modos estéreo e imersivo da forma mais rápida e fácil possível.
Ao mesmo tempo, dispõe de volume automático para que, independentemente das alterações no seu ambiente, possamos continuar a ouvir a música com clareza. Basta activá-lo na aplicação Bose e pode ir de um lugar para outro sem ter de ajustar mais nada.
A qualidade do som
Estes auriculares incluem também uma das mais recentes tecnologias da marca: o áudio imersivo, que lhes permite criar um campo sonoro incrivelmente realista, complementada pela certificação Snapdragon Sound (Qualcomm aptX Adaptive) para áudio sem perdas e suporte para Google Fast Pair.
Assim, o que ouvimos é colocado mesmo à nossa frente, pelo que cria a percepção de que não o estamos a ouvir pela fonte física.
Quando lá em cima escrevi que “nem tudo é vantajoso”, é aqui que quero chegar: é apenas lógico que um sistema aberto não debite um som tão qualitativo quanto uns auriculares dentro do, posso dizer, nosso corpo.
Esta é a única desvantagem deste sistema aberto mas a Bose também não os criou a pensar na máxima qualidade sonora mas antes num companheiro de vida musical ou acústica que nos acompanhe no dia-a-dia de forma o menos intrusiva possível.
Não quero dizer que o som é mau, muito pelo contrário. A qualidade Bose está lá, notamos bem as nuances dos agudos e alguma presença de graves, mas são os médios que têm mais espaço para poder brilhar. Ou seja, é o sistema ideal para ouvir podcasts enquanto caminhamos ou fazemos o jantar, sempre com “ouvidos” para o que está a acontecer ao nosso redor.
Por isto mesmo, não são ideais para abafar o ruído dentro de um avião ou carruagem de metro. Isso pura e simplesmente não acontece. Portanto, se são pessoas que usualmente andam de transportes públicos ruidosos, comprem estes mas acompanhem-nos com mais uma caixinha minúscula com outros auriculares pensados para isso. E terão o melhor dos dois mundos.
É exactamente por aqui que quero resumir esta experiência fantástica que tenho tido com os Bose Earbuds Ultra Open: uso-os cada vez que saio para ir ao supermercado, para fazer uma caminhada, para passear, para ouvir o meu nome quando me chamam numa sala de espera, para poder falar com pessoas sem ter que os tirar das orelhas e até para ouvir música em casa quando tenho que estar atento à campainha porque aguardo uma entrega qualquer.
Atender chamadas é, logicamente, possível e um dos aspectos interessantes é que a nossa voz é bem perceptível pelo interlocutor. Tive algum receio que o vento e a distância do ouvido (microfone) à boca fosse um obstáculo complicado, mas a experiência correu melhor do que pensava.
Para as viagens de avião ou metro, troco-os por outro modelo com cancelamento activo de ruído.
Duração da Bateria
Os auscultadores Bose Ultra Open Earbuds oferecem até 7,5 horas de tempo de reprodução (até 4,5 horas quando se utiliza a tecnologia Immersive Audio), até 48 horas de tempo de espera e mais 19,5 horas de tempo de reprodução com o estojo de carregamento.
São necessários apenas 10 minutos de carregamento para duas horas de tempo de audição.
Concluindo
O que dizer mais? Já os tenho há um mês e são raros os dias que saio sem a sua companhia. Pensava também que as pessoas iriam olhar mais para mim tentando entender os meus “piercings” mas, afinal, até passo despercebido.
São realmente fáceis de usar, assim que tomamos o jeito de colocá-los à primeira, não pesam, não chateiam e não magoam.
Como não há cansaço de utilização, seja por dor ou aquecimento, esqueço-me muitas vezes que os estou a usar mesmo sem ouvir música ou podcasts. É este o conforto de utilização: inexcedível!
Ao serem óptimos para este tipo de utilização em ambiente urbano, podem ser usados por quem anda de bicicleta ou mota, passando também a duplicar função como auxiliar de comunicação de mãos livres.
O único defeito que posso apontar é o preço, bastante alto para a nossa bolsa. Mas também sei que daqui a pouco tempo, tem tendência a baixar significativamente. Portanto, espreitem as promoções e as sextas feiras negras da vida.
Dou-lhes nota máxima!
Preço
Desde 280 a 320€ (é procurar bem).
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