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A Honor tem conseguido afastar-se do pedigree Huawei mas, e também por ele, vai conquistando cada vez mais adeptos. Não é por menos! Grosso modo, e mesmo qua a marca não queira, olho para os Honor como os Huawei possíveis após o “ban trumpesco”.

É uma faca de dois gumes, certo? Talvez não: tendo o Honor 200 Pro na mão (assim como a restante gama) fico com a certeza que é um exemplo brilhante de uma evolução artificialmente obrigatória.

Uma evolução que ajuda esta jovem marca (e começou por piscar o olho aos mais jovens) a dar um salto significativo que passou de uma opção acessível a um símbolo de inovação e tecnologia de ponta.

É esta a nova realidade da Honor e não lhe podemos fugir. Se nos orientes a Huawei atropela a Apple, a ocidente podemos estar a meses de um triunfo quase inesperado. Quase.

Honor 200 Pro: parceria exclusiva com o Estúdio Harcourt

Analise Honor 200 Pro

A inovação, ou a procura por algo diferente, fez com que a Honor procurasse novos horizontes nesta conquista ocidental.

E em vez de seguir o já tradicional caminho de parcerias com marcas alemãs de fotografia como Leica, Zeiss ou Hasselblad, optou pela colaboração exclusiva com o renomado estúdio fotográfico parisiense Harcourt que até celebra 90 anos de existência.

Este estúdio é mundialmente famoso por fotografias de retrato a preto e branco de celebridades do cinema, showbiz e desporto, caracterizadas por uma iluminação meticulosamente trabalhada.

A integração do “estilo Harcourt” no Honor 200 Pro tem por objectivo elevar a fotografia de retrato para um novo patamar. É, acima der tudo, uma jogada de marketing, cujos filtros chegam a ser entusiasmantes mas que podemos repeti-los noutras unidades da concorrência sem tanto glamour.

Design elegante com opções arriscadas

O Honor 200 Pro tem uma clara marca oriental no que respeita ao design: a capa traseira apresenta um acabamento que pode não agradar aos ocidentais, principalmente ao cliente masculino, com um padrão em branco marmoreado.

Pessoalmente, não corresponde ao que procuro num topo de gama. Pior, em vez de ser mate e ter grip, é brilhante e um convite à queda. Mas esta foi a unidade que me calhou, pois felizmente existe a opção em preto mate ou verde-água chamada “Ocean Cyan”.

De resto, e bem notório, é o design fora do comum e que alberga as objectivas: o Honor 200 Pro apresenta um arranjo oval que lhe confere um ar diferente dos demais.

Ecrã OLED

A Honor equipou o 200 Pro com um ecrã OLED de 6,78” com resolução de 437 ppi, pico de 4000 nits em HDR e taxa de actualização de 120 Hz.

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A curvatura do ecrã, embora possa não agradar a todos os utilizadores (incluo-me nesse grupo), proporciona uma experiência visual mais imersiva.

O que está lá dentro

O coração do Honor 200 Pro é o processador Snapdragon 8s Gen 3 da Qualcomm.

Embora seja uma versão ligeiramente inferior ao topo de linha 8 Gen 3, este chipset ainda oferece um desempenho robusto capaz de lidar com praticamente qualquer tarefa.

Combinado com 12 GB de RAM e 512 GB de armazenamento, o Honor 200 Pro garante uma experiência muito competente e rápida em todos os parâmetros. Mesmo em cenários mais exigentes, como jogos pesados, este Honor 200 Pro dá excelente conta de si.

Fotografia de Retrato

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O Honor 200 Pro destaca-se pelo desempenho anunciado na fotografia de retrato. O smartphone está equipado com um conjunto de objectivas que tudo prometem e que até conseguem bons resultados:

  • Objectiva principal de 50 MP
  • Ultra grande-angular de 12 MP
  • Teleobjectiva de 50 MP com zoom óptico de 2,5x

E o modo retrato, desenvolvido em colaboração com o estúdio Harcourt, oferece três opções distintas:

  1. Cor: para retratos vibrantes e realistas
  2. Vibrante: adiciona um toque extra de vivacidade às cores
  3. Preto e Branco: emula o estilo Harcourt

Os resultados são interessantes, especialmente no modo preto e branco, onde as fotos se aproximam, pelo menos teoricamente, do estilo característico do estúdio Harcourt.

Esta capacidade de produzir retratos de qualidade “profissional” directamente de um smartphone é um um forte argumento de venda para o Honor 200 Pro. Mas nunca se esqueçam que é um smartphone e não uma câmara profissional.

Autonomia

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Onde o Honor 200 Pro perde pontos é na autonomia da bateria. Com uma capacidade de 5200 mAh, esperava que se aguentasse, pelo menos, dois dias.

No entanto, o 200 Pro oferece cerca de 12 horas de uso em utilização intensiva (a ler pelos testes), um resultado que não se destaca particularmente no segmento premium de smartphones.

Felizmente, a Honor compensa parcialmente esta limitação com opções de carregamento rápido. O carregamento com fio de 100 W e o carregamento sem fios de 66 W permitem recarregar o dispositivo rapidamente. Mas atenção aos carregadores: mais vale optar pelos da marca para obter estes parâmetros.

Concluindo

O Honor 200 Pro é um smartphone interessante: oferece algo que a concorrência não tem, aposta no design mais antigo dos topos de gama da Huawei (uma espécie de notch, ecrã curvo nas laterais) e equipou-se com um bom processador, muita RAM e memória interna de 512GB.

A parceria com o estúdio Harcourt não é apenas um diferencial de marketing, mas um verdadeiro ponto forte que facilita a tomada de retratos de forma mais facilitada e com visual aprimorado.

No entanto, é obrigatória a compra de uma capa (que não vem incluída) para tapar o efeito madrepérola ou marmoreado (de que realmente não sou fã) e evitar uma escorregadela da mão que pode partir o bom ecrã (curvo).

É muito fino e leve, tem um som estéreo muitíssimo bom, a qualidade das chamadas é de topo, tudo corre bem neste smartphone.

É, finalmente, o “fotográfico” que a Honor precisava para firmar um lugar na prateleira dos média gama. Mas, no meu entender, deveria afastar-se mais da ideologia de design da anterior casa que lhe deu substância e o preço peca por ser elevado.

Preço

799€

João Gata

Começou em vídeo e cinema, singrou em jornalismo, fez da publicidade a maior parte da vida, ainda editou discos e o primeiro dos livros e, porque o bicho fica sempre, juntou todas estas experiências num blogue.

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