Os Sony LinkBuds S surgem meio ano após a extraordinária evolução no segmento dos auriculares in-ear com os LinkBuds, um modelo “de caixa aberta”, totalmente diferente dos demais, e que permite deixar entrar o som ambiente que nos rodeia ao invés de cancelá-lo.
Pois que têm o seu mérito e o seu lugar, principalmente para o pessoal que gosta de correr, caminhar, andar de bicicleta ou trotineta: deveriam ser, aliás, os únicos auriculares passíveis de utilização nestas condições para evitar acidentes estúpidos e graves.
Mas estamos aqui para falar dos novos Sony LinkBuds S e sim, este S faz toda a diferença, pois voltamos ao essencial dos auriculares modernos: leves, com bom som e um cancelamento activo de ruído que nos ajuda a esquecer o mundo. Vamos a isto?

Sony LinkBuds S, para quem são
A marca nipónica tem como topo de gama os extraordinários WF1000XM4 que vieram tomar o lugar dos meus WF1000XM3. Muito aconteceu no sector neste par de anos, e o que não falta são soluções que oferecem uma qualidade de som muito interessante ao lado de funções tácteis que nos ajudam a controlar toda “a aparelhagem”.
Os LinkBuds S vêm tomar um lugar intermédio na gama Sony, pois são mais baratos que os topo de gama, mas não são acessíveis a todas as carteiras. E nesta gama dos 200€ há muita e boa concorrência, com a Samsung, Jabra e a LG (que são as que conheço melhor) a cerrarem os dentes e os punhos, prontas para a luta.
O automatismo dos modos de cancelamento de ruído
Assim sendo, o que têm os LinkBuds S de diferente ou melhor e que os podem colocar num lugar muito confortável? Em primeiro lugar, têm um modo de som ambiente para amplificar o ruído nas proximidades, um forte cancelamento activo de ruído para bloquear esse mesmo ruído e a capacidade única de alternar sem problemas entre os dois com base no meio ambiente.
Explicando de forma mais prática (e antes que me esqueça, convém alertar a necessidade de actualizar a App da marca no nosso equipamento móvel), ontem quando os usei dentro do Metro e fora dele, em modo automático, percebi perfeitamente as alterações que iam acontecendo, desde o cancelamento total para evitar o som da carruagem, ao modo menos agressivo quando caminhei nas ruas, tanto que deu para perceber mais um louco varrido que não me passou a ferro no passeio porque me afastei da sua preciosa montada, agora denominada trotinete.
Na verdade, os meus XM3 não fazem este trabalho de forma tão radical e tão depressa e os LinkBuds S mostram o que a tecnologia evoluiu em tão pouco tempo: basta ver a diferença do tamanho físico entre eles, por exemplo.
Mas nem tudo é um mar de rosas, e por vezes há problemas de conectividade (ficamos sem som durante uns milésimos enquanto o sistema tenta compreender o que tem de fazer) e, dependendo dos smartphones, algumas antenas perdem mesmo o sinal bluetooth quando metidos, por exemplo, na mochila e quando ficam mais afastados. Mas não se assustem: permitir o acesso a localização no smartphone, ajuda a mitigar este problema.

Como é o som de 200€?
Os Sony LinkBuds S custam à volta de 200€, mais 100€ que os C500 e menos 80€ que os WF-100XM4, daí o meio da tabela. São ultra pequenos e leves, têm baixo perfil o que é óptimo para evitar o som do vento, o cancelamento de ruído é inteligente e muito útil, mas, e acima de tudo, oferecem um excelente som, com, imagine-se, graves bem trabalhados, médios equilibrados e agudos que não exageram nos seus picos.
Em suma, são superiores em tudo aos XM3 que já ficaram dentro da caixa e da gaveta. Mhhh, ou talvez não. Ainda falta fazer o teste “avião” e até está bem próximo.
A App!!!
Se aliarmos a tudo isto a óptima e completa aplicação Sony Headphones Connect, podemos personalizar à exaustão o tipo de som que queremos, com modos de equalização pré-seleccionados (e já tradicionais nesta App) mas bancos vazios para memorizar as nossas preferências, alterar o tipo de modo de cancelamento, a sua percentagem, ver o estado da bateria de cada auricular e da caixa, etc.
O Adaptive Sound Control é capaz de ser a área mais impressionante, com um sub-menu que nos vai fazer perder algum tempo que, garanto, é bem empregue.
Por exemplo, a alteração automática consoante as acções (ficar, caminhar, correr, transportes), a anulação do ruído ambiente (anulação, som ambiente e desligado), alteração automática consoante a localização (casa, trabalho, ginásio, o que se quiser), todo um menu dedicado ao Som (equalizador, 360 áudio, qualidade bluetooth, DSEE Extreme, etc.).
Ainda temos o menu Sistema onde escolhemos o assistente de voz e as funções de toque, os próprios auriculares, mediante um teste, “dizem-nos” quais as esponjas ideais, pausa automática, guia de voz, notificações, desligar automaticamente para poupar bateria, etc.
E, finalmente, o Menu Serviços, onde vemos de imediato o Spotify Tap para termos funções imediatas ou o Endel Quick Acess. É aqui que também, através do link de serviço, podemos escolher a utilização de apenas um auricular, indicado para quem quer fazer mais chamadas telefónicas e com maior qualidade de som.

As vantagens da tecnologia Sony
Não me canso de mencionar que os LinkBuds S têm a função Adaptive Sound Control que só encontramos no topo de gama Sony WH-1000XM5. Com esta opção activada, os LinkBuds S podem alternar automaticamente entre cancelamento activo de ruído (ANC) e ruído ambiente com base na sua actividade e localização, e, segundo a minha experiência, todo este emaranhado tecnológico funciona. Pura e simplesmente, funciona! Mesmo quando, de vez em quando, se “perca” nas alterações quando passamos de um ambiente drástico para outro, com alguns sons ambientes à mistura.
Para não ficarem a pensar que isto pode suceder muitas vezes, vou explicar quando mais falhou: à saída do Metro que estava cheio devido a uma greve qualquer, ou seja, do cancelamento total dentro do metro para a escadaria onde havia uma cacofonia humana muito drástica, pois as pessoas estavam cansadas e chateadas, depois um momento mais silencioso, e na rua todo o mundo além do português a passear nos Restauradores. Foi durante todo este processo que o sistema teve a tal falha de milésimos de segundo o que, e eu estou habituado a fazer testes a este tipo de equipamentos, posso facilmente perdoar.
Ainda quero mencionar a função Fale para Falar que faz automaticamente uma pausa na música que estamos a ouvir quando começamos a falar com alguém. Funciona! E ainda podemos tirar partido da aplicação Auto Play (disponível agora no Android, a chegar em Junho ao iOS), que podemos programar para tocar automaticamente listas de reprodução específicas para quando estiver a andar ou sentado (lá está, vale a pena perder algum tempo a configurar a aplicação).

Bateria, Telefonemas e um “problema”
Os Sony LinkBuds S prometem seis horas de duração de bateria contínua e um total de 20 horas com a caixa de carga. Confesso que ainda não fiz esse teste, mas acredito nos dados.
A qualidade das chamadas telefónicas, sempre um calcanhar de Aquiles em modelos sem o design Apple com os microfones nas pontas, melhorou, a conversa é perceptível mas ainda está longe de fascinar.
Mas, por qualquer motivo bizarro, esta caixa de transporte não permite ser recarregada por indução. Ora isto em 2022… é um ponto negativo. Também a construção da própria caixa, principalmente na tampa, podia ser mais estanque. Mas também não é ela que dá som, portanto…
E espero que a Sony, num futuro upgrade de software, resolva os problemas de conectividade que já mencionei. Não acontece com todos os smartphones, mas basta acontecer com um para poder ser um problema para o utilizador que tem um determinado modelo de telefone.

Resumindo
Os Sony LinkBuds S merecem toda a nossa atenção: são os mais leves do mercado, selam bem no ouvido (depois de um twist), o som é francamente bom, a aplicação deve ser a melhor do mercado e, na verdade, o preço até é ajustado devido a toda a tecnologia envolvida.
Mas por 200€ a concorrência aperta e os destaques podem não ser o motivo para a malta da Samsung deixar os seus Beans e a malta da Apple finalmente entender que nem tudo “o que se pode trincar” é melhor que o resto.
Concluindo, conquistaram-me com duas coisas que são as mais importantes para mim: a qualidade de som e o conforto de utilização, principalmente com um cancelamento de ruído inteligente e adaptável e, porque não, mencionar que os botões tácteis têm alguma personalização e que me permitiram uma coisa rara: aumentar ou diminuir o volume no auricular esquerdo ao invés de tocar para falar com o assistente.
Brevemente, o teste do algodão, que é como quem diz, o teste do avião. Se alguma coisa drástica acontecer, volto aqui com pormenores.











