Esta pequena, transportável (até tem pega) e leve coluna Sony SRS-LRS200 (LRS200) responde a muitas e diversas necessidades. É um tiro certeiro da marca e que pode vir a ser um êxito… se for conhecida do grande público.
Como muitos, quando comprei o mais recente televisor para casa escolhi um modelo grande e muito delgado.
É bonito? Se é, mesmo ao fim de meia década parece saído do catálogo deste ano. Se é bom? É tão bom que ainda é compatível com as normas recentes (bom, nem todas) e tem comandos por voz através de um comando secundário com microfone.
Mas, tem bom som? Ora aqui as coisas começam a correr menos bem. Quanto mais delgado o televisor é, menos espaço tem para colunas. E por muitos milagres, que os há, existam em modelos recentes, precisamos sempre de alma e coração, ou seja, graves e “dimensão” que só são possíveis com “caixas”.
É por isso que cada vez mais pessoas compram uma coluna central e podemos fazê-lo até por um preço razoável, pois não faltam por aí opções interessantes.
A diferença da LRS200
Mas esta Sony LRS200 não serve para isso. O seu intento é andar de um lado para o outro, sempre atrás (ou com) precisa dela, e por isso é leve, tem uns truques engraçados e é, acima de tudo, única.
E isso vale muito, hoje em dia.
Fisicamente parece um transistor dos antigos, com vários botões, um deles bem grande e circular.
Mas olhando bem, trata-se de uma espécie de segundo comando para o televisor. Tem on/off, 10 botões numéricos, entrada de linha, mute, sleep, , repeat, volume e canal +/-,TV/Radio e um Voice Zoom. Ainda tem um led para mostrar o status da bateria e o tal botão grande.
Este botão circular tem a dupla função de on/off e volume para quem quer ser mais prático. E, na verdade, durante os dias fui usando esta LRS200 apenas com esse botão e o Voice Zoom.
Na parte de trás, encontramos um grande receptor de infra vermelhos (2,4GHz) e escondido por uma tampa, o reset, o DC in (para recarregar por USB-C) e uma ligação audio Out para auscultadores.
A base que sustenta o todo
Esta coluna tem uma base e é por ela que a conectamos ao televisor e à rede eléctrica através de uma ligação USB-C. Leram bem. As duas ligações restantes são a tradicional Audio in (por mini-jack 3,5mm) e a Digital in por cabo óptico que é o ideal mas depende se o televisor está equipado com ela. Ora o meu está…
A carga dá para 13 horas e a coluna tanto pode ser recarregada directamente (através do USB-C) ou através dos pinos da estação base.
Mas então, para que(m) serve esta coluna?
Esta LRS200 está direcionada a um nicho de mercado que pode ter necessidades diferentes mas sempre relacionadas com o volume do áudio.
Como replica o som da TV (sem latência), pode estar bem mais próxima de nós, o que garante imediata e melhor percepção para pessoas com dificuldades de audição e que têm a TV sempre aos berros, acordando o prédio e a vizinhança próxima.
Usando a LRS200 na mesinha de centro ou de cabeceira, todo esse drama que ocasiona discussões familiares, é ultrapassado.
É um “comando privado”, se assim posso dizer, uma coluna só nossa e que podemos ouvir ao nível que queremos enquanto a restante casa vê o mesmo conteúdo com o volume que lhes é mais confortável.
Portanto, esta coluna é para pessoas com problemas de audição mas também para as outras que preferem ouvir “mais na cara” o que passa na imagem.
Confesso também que aquela saída de phones me iria garantir um desejo muito próprio: a possibilidade de ver e ouvir um filme aos berros a altas horas da noite sem acordar ninguém.
Consigo fazê-lo através de um cabo 3,5mm muito comprido e nada prático, principalmente com animais e crianças em casa. Infelizmente, o meu televisor não permite emparelhamento por bluetooth com auriculares, nem da própria marca, mesmo tendo bluetooth para o tal comando com voz. Sim, não se percebe…
Por isso fui tentado a comprar um emissor/receptor (o que, garanto, não é fácil) mas com qualidade sofrível, ficou encostado à box.
Finalmente, esta LRS200 poderia responder ao meu desejo e, para ser sincero, até o faz. Mas a grande e única desilusão aconteceu exactamente neste quadrante. O som é também sofrível, o que é uma pena. Um dos grandes argumentos de venda, para mim, seria este.
Plug & Play
Por outro lado, é muito fácil ligar esta Sony ao TV e fazê-la soar imediatamente. Os cabos vêm na caixa (sim, o óptico também) mas há que ter em atenção que, ao usá-lo, temos de ir aos settings do televisor fazer uma pequena modificação que consiste em alterar a saída de áudio para PCM. Se não o fizermos, não há som para ninguém.
Se o seu televisor não contar com esta ligação, não há problema: audio in e já está.
O sinal, diz a Sony, é garantido até 30 metros. Na verdade, fiz o teste pela casa toda, são dois andares, e até fui para a varanda. Só mesmo nos extremos do andar de baixo comecei a ter falhas de sinal. E poucas. Portanto, esta Sony está “muito top” como dizem os youtubers.
Como o meu televisor é Sony, não tive sequer que me importunar com o emparelhamento da LRS200, pois é automático, mas no manual vêm os códigos para muitas outras marca: Samsung é 60, Panasonic 40/41, Philips do 50 ao 54 e por aí adiante. A lista é longa e é compatível com marcas que quase desapareceram de Portugal (Hitachi, Sharp, Loewe….
Até podemos ouvir TV lá fora na esplanada, mesmo que caia uma chuvinha, pois garante protecção IPX2.
A construção
A LRS200 tem três altifalantes, um deles central e dois colocados nos extremos para facilitar a estereofonia.
Mas é o central que mais nos cativa e por duas razões: primeiro porque está apontado para as frequências que embalam os diálogos ou monólogos, o que por si só até a faz ser útil como coluna central.
E aquele botão com Voice Zoom faz mesmo a diferença, tornando-a bem mais clara e perceptível no modo mais puxado, ou seja, o 2.
Este é um resultado que favorece quem gosta de telejornais, telenovelas e de ver o 60 Minutes.
No outro espectro, a Sony LRS200 não é o equipamento ideal para reforçar o som dos filmes de acção com muito tiroteio e explosões. Falta-lhe corpo e graves. Ou seja, falta-lhe caixa.
Conclusão
Adorei esta pequena Sony SRS-LRS200 e corresponde integralmente para o que foi feita. O resultado é espantoso e seria uma coluna perfeita se o sinal por audio out/phones fosse melhor.
Mas responde às necessidades de muitas pessoas e de uma forma equilibrada e original. E com um peso de apenas 630 g e uma pega a imitar bambu, convida-nos a aproximá-la do nosso “lugar à televisão”.
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