A Canon sabe que, actualmente, existem muitos estilos diferentes de fotografia de vida selvagem e de natureza, mas – talvez devido à proliferação de novas ferramentas de Inteligência Artificial – a linha que os separa parece girar cada vez mais em torno da autenticidade vs. a manipulação das imagens. 

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Radomir Jakubowski, fotógrafo de vida selvagem e Embaixador Canon, e fã confesso de fotografia autêntica, revela algumas dicas para quem pretende aprofundar os seus conhecimentos nesta área particular da fotografia.

1. Deixar-se inspirar pela envolvente

Estar ao ar livre e deixar-se inspirar pela natureza em redor pode ser um ótimo ponto de partida, ao invés de sair de casa com uma lista pré-definida das fotografias que se pretende tirar – sobretudo se estas envolverem animais. Segundo Radomir, “quando se tem um tipo específico de imagem em mente, muitas vezes pode demorar-se cinco ou 10 anos a conseguir captá-la, mas durante esse tempo, podem tirar-se 10.000 outras imagens”.

2. Compreender e respeitar a realidade dos animais selvagens.

Nem sempre é fácil conseguir o contexto certo para fotografar a vida selvagem – e no inverno o cenário pode ser ainda mais desafiante. Nesta estação, um ponto importante para todos os fotógrafos será ter consideração pelos animais e não os perturbar. Durante os meses mais frios, muitos animais não têm comida nem água suficientes e, por isso, têm de conservar os poucos recursos energéticos de que dispõem; assim, será melhor ir para zonas onde eles tenham comida e água.

3. Pensar fora da caixa para fotografar em qualquer estação

Fotografar durante a primavera ou o outono é uma predileção de muitos fotógrafos, porque é nessa altura que a natureza começa a mudar e a ganhar novas cores. Por outro lado, pode ser ótimo fotografar no inverno, quando há neve e se consegue realmente captar a essência da estação. Para Radomir, o cenário perfeito para uma fotografia de inverno é “um animal numa tempestade de neve ou num nevão”.

Contudo, se o frio não for percetível porque, por exemplo, está apenas a chover, é difícil obter o mesmo efeito. É preciso pensar fora da caixa para procurar inspiração. Existem elementos alternativos da natureza com que se possa trabalhar, como o nevoeiro? Ou gotas de água nas árvores? É aqui que entra em ação o ‘olho’ de fotógrafo para encontrar o que não está tão visível.

4. Saber selecionar as imagens segundo a plataforma a que se destinam

Radomir Jakubowski também dá muita importância ao processo do pós-captação das fotografias: para ele, saber escolher as imagens adequadas a cada plataforma é um passo importante no caminho para que estas façam sucesso. Se a fotografia se destina ao Instagram, o público tem de conseguir ver claramente o animal; este tem de ser nítido e, idealmente, tem de ser atraente.

Se a fotografia é para uma capa de revista, pelo contrário, o motivo fotografado terá de ter espaço negativo em seu redor, para que o texto possa ser incluído sem que o propósito da imagem se perca.

Canon continua a ser a escolha de muitos fotógrafos profissionais

“Atualmente, há muitas novas ferramentas de IA que se estão a tornar mais proeminentes a cada semana que passa; mas para mim, pessoalmente, é muito importante que a fotografia de vida selvagem que mostro ao meu público seja verdadeira e reflita as cenas reais que encontrei.

Por outro lado, respeitar os animais não é negociável. Nenhuma imagem no mundo é mais valiosa do que a possibilidade de colocar um animal em risco,” comentou Radomir Jakubowski. “Finalmente, aconselho também a que mantenham uma rede próxima de outros fotógrafos de vida selvagem.

Não há um dia na minha vida em que não fale com colegas com os mesmos interesses que eu, e é incrível como estes acabam por se tornar amigos e enriquecer a minha vida profissional e pessoal.”

João Gata

Começou em vídeo e cinema, singrou em jornalismo, fez da publicidade a maior parte da vida, ainda editou discos e o primeiro dos livros e, porque o bicho fica sempre, juntou todas estas experiências num blogue.

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