Aquilo que me leva a gostar (e muito) do Note II, é exactamente o que não gostei no seu irmão maior 10.1 (cujo ensaio podem ler aqui): o tamanho! O Note II é compacto q.b. e cabe numa mão. Sim, cabe mesmo! Adorei a experiência de utilização deste Galaxy, até agora, o que mais me seduziu de toda a gama.
Tão grande para quê?
Ora o que pretendo de um smartphone que tenha uma caneta? Que me permita escrever, desenhar, tomar apontamentos, fotografar e editar as imagens, fazer vídeo a FullHD, trabalhar com e na web, ter acesso a todas as Apps possíveis e imaginárias e, de vez em quando, fazer uns telefonemas e enviar umas mensagens escritas. Mais ou menos, é isto.
Por outro lado, atender e realizar chamadas com o Note II é estranho e dá demasiado nas vistas. Pior é olhar o seu fabuloso ecrã enquanto se espera no carro, para citar um exemplo. Dá também demasiado nas vistas pois tudo fica iluminado, principalmente a cara do utilizador.
Então como olhar este mastodonte? Como Mini Tablet ou Mega Phone? Esta é a questão… Por um lado é grande demais e por outro demasiado pequeno. Então, porque gosto tanto dele? Eu e quase toda a gente que lhe pega? Porque é uma ferramenta fenomenal!
Tão grande para quem?
Mais uma vez, esquivo-me a analisar o sistema operativo Android e vou focar-me nas diferenças reais entre o Note II e todos os outros big screens, onde também entra o concorrente directo LG Vu. Este Samsung é para quem precisa de ferramentas para trabalhar, senão é apenas uma megalomania.
Serve para quem desenha compulsivamente ou toma notas em moleskines; para quem gosta de apresentar gráficos elaborados, que trabalha em suites dinâmicas, que seja ao mesmo tempo um “suitman” e um artista.
Todos os outros utilizadores de smartphones, esqueçam e comprem outro mais barato e mais pequeno.
A estrondosa S-Pen
A S-Pen, a fabulosa stylus que acompanha a gama Note desde a primeira geração, é refinada, precisa e sensível à pressão. Depois, como também mencionei no ensaio ao 10.1 (e que podem ler aqui o que me evita ter de replicar toda a informação), a suite de trabalho que a Samsung instalou nos seus Notes é boa, suficiente para quem precisa de trabalhar quando está fora do escritório. Aliás, basta retirar a S-Pen do seu orifício, para a suite se abrir automaticamente. E depois existe aquela magia de apenas apontar a S-Pen para dentro de uma pasta e ter acesso visual a miniaturas do que lá está dentro. Maravilha. E tudo num mega ecrã de 5,5”.
Este sistema da Samsung é apenas fabuloso. A minha letra é mais imperceptível que a de um médico. Aliás, nem eu percebo o que escrevi aqui e ali e só lá vou de memória, tão gatafunhada que é. Portanto, que melhor teste ao sistema de reconhecimento de escrita manual que a minha própria letra? E sabem que mais? É perfeita em 90% dos casos o que, quanto a mim, é um enorme sucesso. Esta S-Pen tem ainda um botão que troca as principais funções. Por exemplo, quando escrevo um erro, clico e automaticamente surge a borracha e clico e retorno à escrita. Prático, muito útil e transversal a outras operações.
Mega phone ou mini tablet?
Este Note II melhorou em tudo a versão original. É mais leve, melhor desenhado (parece um SIII em grande), um ecrã magnífico e um pouco maior (de 5,3 para 5,5”), mais potente, mais rápido e menos espesso que o antecessor (embora um nadinha mais alto).
Por tudo isto, é um equipamento pensado para ser utilizado com duas mãos, uma para agarrá-lo, outra para tocá-lo. E é assim, não engana ninguém. O tamanho do ecrã é também uma mais valia para navegar pela net, ler as últimas no Flipboard, jogar Angry birds Star Wars, ver um vídeo no Youtube ou até mesmo um filme. Cheguei a fazer essa experiência com um avi com legendas em formato srt e não é que se vê muito bem, até mesmo com ele afastado? Logicamente que um smartphone não serve para se ver cinema, mas que este o permite, lá isso…
Há uma razão simples para tanta vontade de trabalhar e olhar este ecrã: é um HD Super Amoled com resolução 1280×720 e, mesmo com as cores um bocadinho saturadas, não se torna cansativo. Também se pode baixar o nível do brilho… aliás, até se deve fazê-lo.
Outro factor plus no Note II é a câmara foto/vídeo que o acompanha com 8Mps bem escalonados. À frente, e para o Skype ou outra função, existe outra com 1,9Mps, muito boa por sinal.
Coração
A versão Android é a mais recente Jelly Bean 4.1, muito fluida, rápida, dinâmica mas com o habitual tratamento Samsung e o seu interface e visual TouchWiz. Na verdade, torna-o mais lento apenas para sobrepor as próprias Apps da marca (umas usam wifi, algumas NFC) que replicam outras que o sistema já tem, como leitores de música e vídeo e o share dos conteúdos para redes sociais e etc. Não o fiz, mas sei que muitos power users retiram este TouchWiz para ter mais “chama” e rapidez no seu novo Galaxy.
Um apontamento também para o S-Voice, o assistente por voz da Samsung que compete com o Siri da adversária Apple e o mais “aberto” Voice Search da própria Google. Nenhum funciona, ponto final!
Conclusão
Resumindo, toda a utilização do Note II é rápida, muito rápida, o que é normal se olharmos para o B.I.: processador QuadCore Exynos a1.6Ghz alimentado por dois intensos gigas de ram. A bateria é também enorme (3,100 mAh) e serve muito bem este mega ecrã. Afinal, há espaço para tudo, não é?
Gosto francamente deste Note II, do seu tamanho para o que foi pensado e por tudo o que faz magistralmente bem e até acho que encontrei uma ferramenta de trabalho com o meu nome escrito… se não fosse o preço demasiado puxado. Mas, afinal, os valores pedidos por todos os topos de gama neste país raiam apenas o ridículo, pois não somos norte-americanos nem ganhamos o que eles ganham com os preços bem mais baixos que os nossos.
É um smartphone de trabalho, uma ferramenta séria e útil mas não serve toda a gente e nem todas as funções são perfeitas. De qualquer forma, para quem precisa mesmo de um canivete suíço que até cabe bem no bolso do casaco, não é preciso ir mais longe (a não ser que se goste de um formato mais quadrado e aí existe a opção LG Vu, mas iremos a ele no próximo ensaio).
Parabéns Samo, este Note II convence.
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