Confesso que sempre gostei dos telemóveis da Sony e tive vários, desde o “rádio da bola” Z1 ao Z5 e Z7 (ainda os tenho). Mas depois tudo se transformou com a joint-venture Sony Ericsson e a brand começou a ser ultrapassada por muitos adversários, mesmo tendo bons terminais. Contudo, parecia sempre que chegava atrasada à corrida num sector que não admite faltas de pontualidade e admira quem chegue antes da hora marcada, para utilizar uma metáfora.

Em bom tempo, a Sony livrou-se da associada, agarrou na já bem composta gama Xperia e começou a trabalhar os smartphones como deve ser. Naturalmente que, passado pouco tempo, é já uma das marcas a ter sempre em conta quando se escolhe um terminal Android.

Os Xperia são como os Vaios e a Playstation, sub-marcas que já funcionam por elas sozinhas, o que é muito interessante em termos de marketing. As pessoas já não dizem “olha, comprei um Sony” e automaticamente exclamam “olha, comprei um Xperia”. E esta realidade demonstra a força que a designação já conquistou.

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O Factor X

Alheada da guerra furiosa entre a Samsung e a Apple, a Sony tem tratado muito bem de si e do seu design. Prova disso é o sucesso da mais recente gama Xperia que teve neste S o seu topo de gama durante um ano ou assim (o T e o Z são as novas coqueluches). E foi já bem estabelecido no mercado que me chegou às mãos.

Não vou demorar muito tempo a explicar o Android e todas as suas funções, pois são as mesmas presentes em dezenas de smartphones de marcas diferentes.

Mas existem diferenças, pois a Sony incluiu diversos serviços exclusivos e alguns deles são francamente bons como as aplicações multimédia Walkman /Filmes /álbum e a já apelativa Sony Entertainment Network (com o serviço Music Unlimited).

É também certificado para Playstation o que lhe garante acesso a toda uma gama de jogos bem conhecidos que, com ligação directa à Tv (via HDMI), é mais um tónico a favor desta gama Xperia.

Já mencionado, o sistema Walkman é muito simples e de fácil compreensão (ao contrário do cada vez mais aberrante itunes) e quem adquirir um destes Xperia está, ao mesmo tempo, a comprar um dos (senão o) melhor leitor MP3/MP4 da actualidade. E se a isso juntarmos o factor preço, que no Xperia S é bem mais baixo que nos concorrentes directos, começamos a perceber porque é um sucesso de vendas.

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Design e qualidade

 

O desenho e a solução da barra transparente com luzes avisadores de estado é apenas sublime (se bem que já ultrapassado pelo muito diferente Xperia T, mas são gostos pessoais). E é um campo em que a Apple não pode acusar que foi copiada.

A versão que tive para ensaio era branca o que, confesso, está longe de ser do meu agrado (também me aconteceu com o Galaxy SIII). Mas o denso e negro ecrã de 4.3” parece que até fica favorecido.

Por falar nele, que maravilha! Qualidade HD com 1280×720 pixels que alcança uns extraordinários 342ppi, oferece cores vibrantes também devido ao motor Sony Mobile Bravia que parece que melhoram as fotografias e os vídeos que passam por ele. O zoom de texto torna também possível e até agradável a leitura de textos web, sector onde alguns flashgips mais caros encontram o seu calcanhar de Aquiles.

Botões físicos há três: em cima o on/off (acompanhado pela entrada mini jack), do lado direito o volume +/- (ladeado pela tampa que cobre a ligação HDMI) e o directo para a câmara foto/vídeo. Do lado esquerdo apenas a porta usb também com uma irritante tampa de plástico.

Outra curiosidade: a tampa plástica que cobre a traseira é amovível. Mas apenas para se ter acesso ao espaço para o chip… sim, apenas o chip, pois não há entrada de cartão de memória. Bom, aqui do mal o menos, pois o S tem 32Gb de armazenamento interno o que, quanto a mim, chega e sobeja.

De resto, a qualidade é Sony, acima de suspeitas, sem grandes “tchams” de alumínio e vidro o que, a meu ver, é apenas óptimo, pois evito ter de gastar mais uns euros na compra de tampas protectoras. O peso são 140g e a espessura não ultrapassa os 10mm. É, quanto a mim, um dos mais equilibrados smartphones do mercado.

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Câmara ou super câmara?

 

É por causa de terminais como este Xperia S que a própria Sony já veio avisar o mundo que vai desistir de fabricar câmaras fotográficas compactas, pois os smartphones já têm uma qualidade “digna de registo” (não me contive). E o caso justifica: o S está equipado com uma câmara que oferece 12.1mp com sensor Exmor R CMOS (que garante até bons resultados em fraca luz). Tem até um flash LED e grava vídeos em Full HD 1080p. Sim… P.

 

Operação

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Começo pelo que gostei menos. Por exemplo, se não tive problemas com o ecrã, já tocar nos três comandos por cima da barra transparente não é tão directo como deveria, obrigando-me a repetir essas pressões de vez em quando. Não é grave, mas depois de usar um Nokia lumia 800, toda a minha experiência táctil passou a ser confrontada tendo esse terminal como baliza. Bom, esse e também o SIII.

Outra questão para mim absurda: porque carga de água o botão on/off (que também liga e desliga a operação, portanto, é demasiado importante no que toca a poupar bateria) está colocado no topo esquerdo do corpo, ou seja, o local de mais difícil acesso com o polegar da nossa mão esquerda? Parece coisa pouca, mas irritou-me várias vezes.

Mas fico por aqui em relação ao menos bom. Tudo o resto é simples, prático, directo e pacífico. Nunca tive um crash ou um lag mais complicado. É um smartphone, quanto a mim, completo, pois tem uma câmara fabulosa e uma qualidade de som digna de um walkman. A operação é fluída, embora goste mais da sensação e rapidez táctil dos dois modelos que mencionei lá em cima.

A bateria chega para um dia tradicional com jogatina, muita net, algumas sms e uns quantos telefonemas.

O design é inconfundível e muito, quanto a mim, elegante. Aquela barra transparente confere-lhe um toque muito original e que já foi alargado a outros modelos da gama.

Em termos de características, está equipado com tudo e mais alguma coisa (mais abaixo toda a secção de características), incluindo NFC. E por falar nisso, tenho de abrir um parágrafo específico.

 

NFC e as smart Tags

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O Xperia S oferece duas SmartTags já pré-definidas. E o que é isto das SmartTags? São rodelinhas que, ao serem tocadas por um Xperia com NFC, mudam as aplicações do smartphone. Ou seja, se tocarmos na que está no quarto de dormir, o Xperia S muta o som, liga o alarme, etc. No carro, liga o GPS, os mapas e a alta voz ou o Bluetooth. Possibilidades há muitas e pode-se adquirir unidades avulso.

Confesso que, por ser tão diferente, esquecia-me de utilizar esta vantagem na maior parte dos casos. Mas que funciona, funciona. E que é útil? É!

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Rematando

 

Gostei muito deste terminal. É, numa palavra, honesto! Faz muita coisa e faz bem. Tem uma câmara excepcional, um som magistral. O ecrã enche o olho e tem muita qualidade. Mesmo não sendo um modelo dos mais recentes e cujo processador está já “idoso”, há qualquer coisa que o faz ser rápido e fluido, mesmo que só tenha 1Gb de Ram. Os 32Gbs de armazenamento são suficiente, mesmo para quem vai fazer filmes em HD. Temos que perspectivar as coisas, não é? Lá porque filma a full HD não é uma câmara de vídeo… faz chamadas, ainda.

O preço sempre foi mais em conta que os concorrentes directos e deve baixar agora que surgiu o Xperia T que lhe vem tirar o lugar de honra na gama Xperia, cada vez mais acertada e, pelo que se diz do T e do Z, já a par com o que de melhor se faz no sector.

 

 

 

João Gata

Começou em vídeo e cinema, singrou em jornalismo, fez da publicidade a maior parte da vida, ainda editou discos e o primeiro dos livros e, porque o bicho fica sempre, juntou todas estas experiências num blogue.

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