O mercado das televisões está cheio de siglas: LCD, LED, OLED, QLED, Mini-LED… e agora até Fake QLED. Sim, leste bem: há televisões que usam o nome QLED sem terem a tecnologia que justifica esse Q.
Nos últimos anos, assistimos à proliferação de televisores que ostentam orgulhosamente o termo “QLED” nas suas embalagens e materiais promocionais. O problema? Muitos destes aparelhos não têm Quantum Dots reais que é a a tecnologia que justifica a utilização desta designação. É marketing puro, uma apropriação indevida de um termo técnico que, à semelhança do que aconteceu com “HD Ready” há duas décadas, está a ser esvaziado do seu significado original.
O que são Quantum Dots “a sério”?

Antes de perceber o que é falso, convém saber o que é genuíno. Os Quantum Dots, ou “Real Quantum Dot” como por vezes são designados para distinguir dos imitadores, são partículas semicondutoras nanométricas. Cristais minúsculos que têm uma propriedade fascinante: quando iluminados por uma fonte de luz LED, emitem luz de cores específicas dependendo do seu tamanho exacto.
É física de materiais aplicada à televisão. Quanto menor o quantum dot, mais próximo do azul emite; quanto maior, mais próximo do vermelho. Esta precisão dimensional permite criar cores extraordinariamente puras, algo que os filtros coloridos tradicionais – usados nos “Fake QLED” – simplesmente não conseguem replicar.
E atenção: quando falamos de “Real QLED” ou “Real Quantum Dot”, estamos a referir-nos à mesma coisa. São termos intercambiáveis para a tecnologia genuína de pontos quânticos.
O que distingue o Real do Fake?

A diferença não é subtil. Um televisor com Quantum Dots genuínos oferece:
Gama cromática alargada: consegue reproduzir mais de mil milhões de cores em qualquer nível de brilho, alcançando 100% do volume de cor visível ao olho humano. Não é exagero publicitário, é física pura.
Mais brilho, menos consumo: os Quantum Dots são mais eficientes a converter luz em cor, o que significa painéis mais luminosos com menor gasto energético. Num tempo de facturas de electricidade estratosféricas, não é detalhe menor.
Durabilidade e ausência de tóxicos: os Quantum Dots da Samsung (que inventou e patenteou grande parte desta tecnologia) são desenhados para manter as suas propriedades por mais tempo. E, crucialmente, não contêm cádmio, um elemento altamente tóxico que outros fabricantes usaram em tentativas anteriores de implementar pontos quânticos.
Os “Fake QLED”, pelo contrário, são televisores LED convencionais com filtros de cor melhorados. Podem ter cores aceitáveis, mas não têm a pureza cromática, a eficiência ou a durabilidade de um painel com tecnologia genuína de Quantum Dots.
Como verificar se é Real ou Fake?


Aqui está a questão prática: como saber se aquele televisor em promoção tem realmente Quantum Dots ou é só mais um caso de marketing criativo?
A resposta curta: certificação. A Samsung, enquanto pioneira e detentora de grande parte das patentes nesta área, certifica os seus painéis QLED. Há testes rigorosos, há medições objectivas de gama cromática, há verificação independente. Não é um selo que se compra por atacado.
Podes ver aqui como é feita a medição e certificação de Quantum Dots genuínos: é um processo técnico, não uma declaração de intenções num powerpoint de marketing.
Por que é que isto importa?

Pode parecer preciosismo técnico, mas não é. Quando pagas um prémio por tecnologia “QLED” e recebes um LED com filtros melhorados, estás a ser enganado. Pior: estás a contribuir para a desvalorização de um termo técnico que, quando aplicado correctamente, representa uma evolução genuína na qualidade de imagem.
É a “tragédia dos comuns” (Garret Hardin) aplicada à terminologia tecnológica. Se toda a gente pode usar o termo “QLED” independentemente de ter ou não Quantum Dots, o termo perde significado. E quem fica a perder é o consumidor que deixa de ter uma forma clara de distinguir tecnologias realmente diferentes.
A Samsung não inventou os Quantum Dots por acaso, muito pelo contrário: investiu milhares de milhões em investigação e desenvolvimento. Outros fabricantes, em vez de desenvolverem a sua própria tecnologia ou licenciarem a genuína, optaram pelo caminho mais fácil: copiar o nome, ignorar a substância.
É o velho truque do “HD Ready” revisitado: pegar num termo técnico que significa algo específico e aplicá-lo a tudo o que remotamente se aproxime, até o termo deixar de significar nada.
Mas há uma diferença: desta vez, há certificações. Há formas de verificar. E há consumidores cada vez mais informados e menos tolerantes com esta apropriação indevida de terminologia técnica.
Na próxima vez que vires “QLED” numa etiqueta, faz a pergunta óbvia: Real ou Fake? A resposta devia estar na embalagem. Se não está, já sabes a resposta.
Artigo em colaboração com a Samsung Portugal










Interessante! Desconhecia estas diferenças.