A Samsung multiplica o seu topo de gama, a gama Note, que surge em três versões. Experimentei a versão plus durante meio mês.
Análise ao Samsung Galaxy Note 10+ que começa logo a mostrar o avanço tecnológico em relação ao que tenho em casa:
O meu computador de trabalho, o que edita este podcast para além de vídeos, tem uma bela placa gráfica. Conta com parcos mas suficientes 8 Gigas de Ram e um disco híbrido SSD/HDD que me custou uma fortuna à época. Ora o smartphone que tenho na mão tem 12 gigas de ram e 256 gigas de capacidade de memória. E esta é a versão de entrada.
Ainda há outras diferenças: o meu desktop é acompanhado por um extraordinário ecrã, mas não é táctil. E este smartphone, para além da inevitabilidade de ter um ecrã touch, ainda tem uma caneta stylus incorporada que, imagine-se, tem bluetooth e giroscópio.
Portanto, de que maquinão estarei a falar?

Se tem caneta é um Note
Se um smartphone tem caneta é porque é um Note! Ponto final, parágrafo. Claro, esta era a pergunta fácil. Mas este novo Note tem uma nova S-Pen com novidades. Mas Já lá vamos.
Bem vindos, finalmente e após todo este preâmbulo, à análise do novo Samsung Galaxy Note 10 na sua versão de topo , a Plus, com processador Exynos 9825, que é mais rápido 25% que o anterior, um ecrã que é um puro luxo ou deleite visual, como preferirem, e um punhado de coisas muito boas e outras tantas que poderiam ser melhores.
A Samsung lança o novo Note 10 em três versões, um mais pequeno e muito equilibrado com ecrã 6.2 polegadas, este que tenho na mão com um ecrã de 6.8 polegadas e com muitas opções que faltam ao base de gama, e um terceiro elemento 5G que não nos interessa neste momento.

Ecrã que nunca mais acaba
Vou começar pelo que se vê. Este ecrã Infinite Display quase não tem margens, é absolutamente extraordinário, tanto pela qualidade com 3014 por 1440 pixels, como pela sua majestosa dimensão.
Lembro-me de há uns 5 ou 6 anos ter olhado para um fulano a falar ao tablet, sim, ao tablet, um trambolho que tinha um ecrã de 7” mas umas margens tão grandes que a sua utilização colada ao ouvido era, no mínimo, ridícula.
Pois este Samsung tem 6,8 polegadas, quase as 7 que outrora eram exclusivas de tablets e, pasme-se, não fica maior que o Note 9 do ano passado. Ou seja, num corpo idêntico temos muito mais ecrã. E isto não é magia, é muita tecnologia.
Punch Hole central
A câmara frontal está centrada a meio e a dimensão do punch hole cortado a laser é agora mínima. De salientar que é também através dela que se processa o reconhecimento facial que, finalmente, está muito rápido e até vê no escuro ao aclarear o ecrã para nos dar luz. Bem imaginado, melhor solucionado, Samsung.
Para aproveitar todo este ecrã, nada melhor que fazer uso do Edge Panel, o menu de painéis laterais que aceleram a nossa interatividade e, como tem vindo a ser hábito, são personalizáveis, com apps gratuitas e outras pagas. Uma vez habituados a este sistema lateral, podemos limpar todos os ecrãs principais para não dobrar botões.
Visto que não há leds coloridos neste ecrã, que tal toda uma linha colorida, à nossa escolha, nas suas margens para além de uma mensagem de texto? O efeito é bonito e, acima de tudo, dá nas vistas, o que é perfeito para desligar o som e não importunar quem nos circunda.
Dedo e face ultra rápidos
Na linha do anterior Galaxy S10, encontramos o sensor de impressões digitais ultrassónico sob o ecrã. É muito rápido, sim senhor, mas para mim, o sistema de destravamento preferido ffoi o sensor facial que melhorou imenso desde a geração Note 9, mesmo em ambientes escuros.
Saindo do ecrã para os botões laterais. É aqui que está uma das maiores diferenças neste Note10+. O botão power on/off que estaria colocado à direita, não marca presença. Para ligar o Samsung temos agora que pressionar o botão on à direita que tem mais funções, uma delas ligar o Bixby. Mas não se preocupem, pois podemos programar esta tecla para ter dois comportamentos. Um toque simples mas contínuo acorda a Bixby ou leva-nos para o menu OFF se pressionarmos o volume – ao mesmo tempo. Dois toques abrem uma aplicação programada à nossa escolha. Por exemplo, eu uso o calendário.
Mas como se desliga?
Querem mais um truque? Podemos ainda programar a tecla para desligar uma chamada e o volume menos para atendê-las.
A princípio é estranho não encontrar o botão off e termos de ir a um menu ao lado das notificações para escolher essa função, se não quisermos optar pela pressão nos dois botões em simultâneo, pois poderá não dar jeito. Mas, e na verdade, quem é que desliga o smartphone? Ora aí está.
Para terminar a análise ao exterior, como fugir deste acabamento Aurora Glow que tem um acabamento espelhado mas que reflete todo um arco-iris dependendo do ângulo em que a luz incide. É um efeito muito bonito, sim, porém, de pouca valia. Este tratamento agarra toda a sujidade possível e nem falo das impressões digitais. E também é muito escorregadio, o que obriga a uma capa de proteção. E lá ficamos sem ver a Aurora quase borealis.

Parece um coelhinho Duracell
Esta análise já vai longa e ainda não falei de secções muito importantes. Uma delas é a bateria, agora com 4300 mAH, que dá excelente conta de si, ultrapassando sempre um dia de muito trabalho, vídeo e jogos. Na caixa vem um carregador de 25W, mas este Note 10 é compatível com carregadores de 45W o que é espetacular para o tempo de recarregamento. E, como já acontece nos Galaxy S10, podemos usar o Note para recarregar, por indução, outros equipamentos que o permita, como a caixa dos auriculares Galaxy Buds.
Toda esta bateria é Fantástica se pensarmos que este corpo ainda guarda e carrega a nova S Pen.
E por falar nela, há que mencionar a grande novidade do Air Gestures, ou seja, ações que são comandadas pelo movimento da S pen no ar, seja em movimentos rápidos da esquerda para a direita, ou vice versa, de cima para baixo ou curvas a 180 graus. Isto é possível através de um giroscópio montado na S-Pen que já tinha módulo Bluetooth.
Varinha mágica
Para perceberem melhor o que afinal é isto, pensem assim: através destes movimentos podemos alterar a câmara da frente para de trás, mudar fotografias, passar músicas, aumentar o volume, etc. E tal.
Mas o que é mesmo extraordinário é transformar os gatafunhos em texto. Confesso que nunca pensei que os meus rabiscos fossem entendidos pelo algoritmo, mas que num repente vejo o meu texto escrito à mão transformado em texto batido, mesmo com alguns erros, é entrar quase campo da ficção científica.
Qualidade fotográfica e vídeo exemplar
Chegamos às câmaras e, posso desde já dizer, que estão no top cinco das melhores do mercado. Já encontrámos este conjunto no S10, três objetivas traseiras que nos permitem mundos e fundos e, no caso do note 10 plus, um sensor TOF que produz efeitos muito interessantes na busca do mais perfeito bokeh, ou como se deve dizer, profundidade de campo. Desfocar o fundo para realçar o objeto tem sempre um efeito dramático que causa impacto, mesmo que, neste caso, se percebam alguns artefactos digitais.
Mas mesmo fabuloso é brincar com a super câmara lenta que garante segundos de admiração, ou a qualidade da mais clássica câmara lenta. Claro que podemos inverter o processo e até usar alguns dos efeitos criativos em vídeo. Mas o que nos interessa é a capacidade de gravação em 4K e, atenção, a uma novidade interessante que é o Áudio Zoom, ou seja, quando fazemos um zoom, os microfones laterais desligam-se e apenas o principal fica acionado, o que possibilita abafar o ruído externo. O resultado é verdadeiramente entusiasmante.
A câmara frontal serve os intentos e tem uma melhoria significativa em relação ao Note 9: é que grava vídeo com profundidade de campo, ou seja, podemos filmarmo-nos com um efeito mais cinematográfico e alterar esse processo com o dedo. Muito, mas muito bom. Claro que também temos o AR Doodle e a Realidade Aumentada, temas que serão tratados num outro podcast, visto que há muito para dizer sobre o que se pode fazer com estas funções.
Resumindo, vale a pena checar o site da Samsung para ver todas as características das câmaras. Uma coisa é certa: os resultados estão ao nível do melhor que se encontra, mesmo em condições de pouca luz, com um novo modo noturno.

Suites de trabalho sem adversários
O Note10 plus é, não se esqueçam, uma feroz ferramenta de trabalho e reservei espaço para mencionar a suíte de segurança Knox e, acima de tudo, o sistema DEX que nos permite conectar o Galaxy a um monitor externo, teclado e, porque não é necessário, rato (o próprio ecrã do smartphone faz essa função) para trabalharmos com mais facilidade em documentos que exigem mais pormenor.
O meu monitor tem uma entrada USB barra HDMI e a conexão é automática. E neste campo, poucos smartphones conseguem esta workforce.
Naturalmente que um ecrã deste tamanho e com esta qualidade convida a ver filmes em viagem. Portanto, toca a descarregar episódios das séries preferidas e, atenção, selecionar o vídeo enhancer para obtermos ainda mais brilho e maior nitidez com cores bem vivas e utilizar o equalizador de som para nosso agrado e preferência. Aponto que o Note 10 tem Dolby Atmos 3D Surround personalizável. E isto soa mesmo bem, não soa?
Chegamos à conclusão.
Todo este pacote é fantástico, excelente bateria, câmaras do melhor, ultra rapidez, uns estonteantes 12 GB de RAM com, na versão base, 256 GB de memória que podem ainda ser aumentadas por micro SD. Tem reverse charge e pode ir a banhos porque é IP68.
É ultra personalizável, tem imensos atalhos e funcionalidades escondidas e o melhor ecrã da actualidade.
Mas, bolas, ficámos sem entrada para auscultadores, o cada vez mais em risco minijack. E isso, Samsung, é imperdoável.
Mas quero acabar num tom positivo que é a grande verdade deste equipamento.
Once you go note is hard to turn back
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