Existe um meio termo para os consumidores que preferem um veículo alternativo aos combustíveis fósseis, mas que precisam de algo mais que um eléctrico (mesmo um moderno com a bateria 30mAh como este Nissan Leaf) para conseguir calcorrear as distâncias necessárias. E este meio termo pode ser encontrado na forma dos modelos com motorização híbrida.
Ele há vários, aliás, cada vez existem mais opções, e a Toyota oferece dois modelos de segmentos diferentes com esta solução. Experimentei ambos, fiquei até viciado num deles, e chega a hora para tratar o utilitário Toyota Hybrid SQUARE Collection RED de nova geração.
Antes de mais, um aplauso para o tratamento exterior. A versão SQUARE Collection exibe, no modelo ensaiado, uma cumplicidade entre o vermelho e o preto que empresta a este Yaris um ar de segmento superior. Aliás, tudo se conjuga para obrigar a um olhar atento de quem o vê passar: a grelha frontal muito dinâmica e as jantes originais, conferem-lhe um ar masculino e agressivo mas ao mesmo tempo uma graciosidade felina e sedutora. Terá a Toyota acertado em cheio?
Mas o que me interessava acima de tudo, e depois de ter experimentado o Auris híbrido, era mesmo experimentar o comportamento e os consumos deste modelo mais indicado para as cidades mas que não se envergonha em circuitos extra-urbanos.
O sistema híbrido da marca, denominado Hybrid Synergy Drive, sofreu uma importante redução de dimensão e peso. A bateria está colocada sob o banco traseiro o que permite ao Yaris oferecer uma bagageira com 286 litros, um valor realmente interessante. O motor escolhido foi o bloco 1.5 com 74 CV e 111 Nm, acoplado ao motor eléctrico de 61 CV e 165 Nm. As contas não se fazem somando as parcelas, mas os 100 CV de potência combinada chegam bem para um carro que tem no pára arranca e nos ziguezagues a maior parte da sua acção.
Como é normal em veículos eléctricos, conseguimos recarregar a bateria quando travamos e também com o excedente gerado pelo motor térmico. A gestão electrónica vai gerindo tudo isto, alternando entre o eléctrico e a gasolina, conseguindo alguns milagres de autonomia e… um consumo menos agressivo para o ambiente e para o bolso. Na média e em Lisboa (confesso que às vezes puxei por ele, pois em modo Normal o pequeno Yaris pede alguma “acção”) andei entre os 5 e os 5,5 litros. Se há diesel que gaste menos? É capaz, basta olhar até para o Yaris com essa motorização. Mas depois lembrem-se da fumarada negra e densa que a maior parte dos carros emite quando se acelera…
Lá dentro, respira-se alguma tecnologia com o desenho do tablier um pouco desenquadrado com o espírito revolucionário desta motorização, mas que mesmo assim oferece muita informação no seu bom ecrã táctil. O conjunto é prático e directo com três grandes núcleos de comandos (sim, o volante também conta) com o superior a incluir o sistema de infotainment e por baixo a climatização.
A caixa CVT de variação contínua obriga a alguma experiência de utilização, mas rapidamente memorizamos as posições. Conduzir um carro automático em cidade é uma daquelas experiências que só aconselho a quem estiver disposto a comprar um modelo com esta característica, pois garanto-vos que é viciante. Mesmo em citadinos, mais pequenos e não tão habituados a este tipo de “tratamento” vip, até o nosso comportamento muda, ficamos menos nervosos e um pouco mais de bem com os restantes automobilistas. É um facto que ajuda a ultrapassar a rigidez do conjunto e alguns plásticos de menor qualidade.
Podemos guiar o Yaris de três formas (ou modos) diferentes: Normal, Modo Eco e Modo EV (cujos botões estão colocados a meio dos bancos frontais).
Em modo Normal, encontramos um citadino divertido, com bom comportamento, ágil e nervoso, ideal para a cidade. Em modo EV, podemos rolar um par de quilómetros de forma totalmente eléctrica e amiga do ambiente. Mas em modo Eco tudo muda: perde-se o gozo de condução, pois o Yaris parece que pesa 3 toneladas, tal é a lentidão em todos os aspectos. Será que poupa combustível desta forma?
Por cerca de 21.000€, podemos comprar um carro moderno, mais amigo do ambiente, poupado, confortável e muito bem equipado. Desde iluminação Led aos vários sensores, jantes de desenho exclusivo, sistema multimdia Toyota Touch 2 com ecrã táctl de 7”, guarda luvas refrigerado, AC automático, sistema Smart Entry & Start, os já imprescindíveis USB e bluetooth e muito equipamento de segurança activa e passiva: Hill Assyst, Isofix, Controlo de estabilidade, câmara de vídeo traseira, etc. Na verdade, não podemos pedir mais.
Resumindo, gostei da experiência híbrida num modelo citadino. O conjunto é verdadeiramente apelativo, em vários ângulos, e agrada a ambos os sexos, pois tem um design e uma conjugação de cores muito apelativos. É caro, sim, mas lembrem-se que estamos a fazer algo pelo planeta em que vivemos… e também à nossa própria carteira, pois poupa-se uns trocos ao fim do mês.
O truque está em não nos deixarmos levar pelo comportamento mais aguerrido e deixar-mo-nos ir em ritmo de passeio. De quakquer das formas, chegamos ao destino e neste Toyota ficamos com a consciência mais tranquila.
PVP: Hybrid SQUARE Collection RED 21.370€