O Nothing Phone (3a) Pro tem um design irreverente e um set de câmaras que o destacam no campo Android

Há marcas que ainda conseguem fazer-nos levantar o sobreolho e o novel Nothing Phone (3a) Pro, não só o levanta, como nos obriga a um olhar intrigante: é possível encontrar um smartphone de gama média que se pareça com um concept futurista e, ainda por cima, tenha uma câmara com zoom óptico verdadeiro? Pois que pelos vistos parece que sim.
A marca londrina fundada por Carl Pei — o mesmo que nos trouxe a OnePlus — continua a dar cartas com este novo média gama plus absolutamente sensacional.
Sim, afirmo-o já no início do texto, porque, meus caros, é que por cerca de €480, este Nothing Phone (3a) Pro desafia os preços dos gigantes, oferecendo um design translúcido que pisca luzes e um módulo de câmara que parece ter sido desenhado por um designer industrial tipo Jonathan Ive dos bons velhos tempos em que ainda pensava como criativo antes de ser corrompido pelo vil metal.
Nothing Phone (3a) Pro: o pisca pisca

O design merece o prémio do mais original de 2025 (e ainda nem lhe chegámos a meio). Não quero com isto dizer que o adoro, pois tenho muitas reticências e prefiro o irmão menos “avantajado” e sem o PRO na designação.
Mas com vidro à frente e atrás, LEDs Glyph Interface que dançam consoante a notificação (e que melhoram a experiência com mais hipóteses de programação exclusiva desde os mdelos 2(a)), e um módulo de câmaras que salta da traseira como se fosse um exoesqueleto, este Nothing dá mesmo muito nas vistas, principalmente se for nesta cor cinza clara que me calhou para análise.
Câmaras: wow!

O Nothing Phone (3a) Pro entra no território dos grandes com um conjunto fotográfico que surpreende — especialmente tendo em conta o seu preço. Não estamos apenas perante um trio de sensores convencionais, mas sim perante um sistema bem afinado, onde o destaque vai indiscutivelmente para a teleobjectiva de 50 MP com zoom óptico real.
A estrela da companhia: zoom óptico 3x com ambição de mais
Sim, o Phone (3a) tem zoom óptico, mas este modelo Pro eleva o conceito com uma verdadeira lente teleobjectiva periscópica de 50 MP, equivalente a uma distância focal de 70 mm. O resultado? Fotografias com aproximação real, sem perda de qualidade — um luxo raro neste segmento de mercado.
Esta lente permite um zoom digital até 6x com qualidade aceitável e, pasme-se, vai até 60x — embora aqui o resultado dependa da luz, da estabilidade e de alguma boa vontade estética. Ainda assim, é um feito técnico notável para um telefone de gama média.
Nos retratos, o efeito de profundidade é suave, com boa separação de planos e uma reprodução de tons de pele mais neutra que habitual. E há mais: em modo macro, esta lente aproxima-se até aos 15 cm, oferecendo uma nitidez surpreendente para captar detalhes minúsculos de objectos ou texturas.
Sensor principal: 50 MP
A câmara principal de 50 MP oferece imagens vibrantes e bem equilibradas, com bom alcance dinâmico e contraste. À noite, o modo nocturno dá conta do recado, sem cair em exageros artificiais ou iluminação digital agressiva.
O vídeo também surpreende: grava a 4K a 30 fps com estabilização electrónica eficaz, ideal para quem gosta de filmar momentos em movimento sem recorrer a um tripé ou gimbal. A transição entre lentes durante o vídeo é suave, embora com algum atraso, típico deste tipo de hardware.
A parte menos glamorosa: a ultra grande angular
Aqui nota-se o corte orçamental. O sensor ultra angular desceu para 8 MP (era 50 MP no modelo anterior), e isso reflecte-se na definição. É suficiente para captar paisagens ou grupos de amigos, mas perde nitidez nas bordas e não impressiona. Uma escolha discutível, mas compreensível, para manter o preço controlado.
Selfies de respeito
A câmara frontal mantém os 50 MP e continua a oferecer uma performance muito sólida — tanto em selfies casuais como em chamadas de vídeo. O modo retrato frontal funciona bem, com um desfoque convincente e boa gestão da luz, mesmo em interiores.
Autonomia e maquinaria

Com o Snapdragon 7s Gen 3 e 12GB de RAM e 256 de memória, o desempenho é competente: aguenta jogos, edições de fotos e tarefas diárias com uma fluidez surpreendente. E a autonomia? Três dias com uso moderado. Sim, leram bem. E se forem dos que não podem usar o telemóvel no emprego, ainda aguenta mais. Ah, pois é!
O ecrã é soberbo, um AMOLED de 6,77 polegadas, com resolução de 1080 por 2392 píxeis com taxa de actualização de 120 Hz.
O som estéreo, que não é novidade na marca, é o ponto no i para um conjunto sensacional ao preço que é proposto.
O interface da Nothing continua…. diferente, mas “essential“

O Nothing OS 3.1 é uma lufada de ar fresco. Minimalista, monocromático, quase artístico. Está baseado no Android 15 e integra algumas funcionalidades da Google, como o Gemini e editores fotográficos com inteligência artificial.

Mas o destaque vai para o Essential Space, uma app que regista tudo o que vê e ouve no ecrã — capturas, notas de voz, textos — e tenta fazer sentido disso tudo com IA. Funciona? Mais ou menos. É útil? Pode ser. Precisa de crescer? Sem dúvida.

Mas há um problema irritante: a tecla lateral dedicada a esta app não pode ser reconfigurada. Se não atinarmos com o Essential Space, paciência, teremos que aprender a gostar… ou a esquecer. O problema é que vamos confundir muitas vezes essa tecla com o botão de energia e acabar a fotografar acidentalmente o joelho, o dedo, a mesa…. pois que isso aconteceu-me muitas vezes.
Sustentabilidade e promessas
A marca diz que a bateria aguenta até 1.200 ciclos com 90% da sua capacidade. O que é óptimo. Usa materiais reciclados e publica relatórios ambientais. As reparações são possíveis e a preços acessíveis, o que é raro e de aplaudir.
A Nothing garante três anos de actualizações Android e seis de patches de segurança. Poderia ser melhor, mas a Google e os seus Pixel não perdoam, ainda assim está acima da média.



Concluindo
O Nothing Phone (3a) Pro é um espectáculo em todos os sentidos! No segmento de gama média, não tem rival em termos de design e é difícil encontrar semelhante com tal competência na performance e autonomia.
Mas é a câmara com zoom óptico que realmente o catapulta para a prateleira dos desejáveis, pois envergonha muitos topos de gama que se afirmam como “fotográficos”.
Não é perfeito — a IA ainda está verde e aquele botão fixo irrita — mas é cativante, funcional e original! Mas o Interface, ousado e, quanto a mim, fantástico, não é para toda a gente, pois obriga a uma curva de aprendizagem.

Preço Nothing Phone 3 (a) PRO
479,99€

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